30.9.07

Rejeitados Pelo Diabo (Devil’s Rejects)

Baby, Capitão Spaulding e Otis caminhando sob forte sol no acostamento de uma estrada de entorno desértico e vegetação rara e rasteira. Estão sujos, machucados e fortemente armados.

2005
Terror
Direção: Rob Zombie
Roteiro: Rob Zombie

Se eu tinha gostado de A Casa dos 1000 Corpos, eu me apaixonei por Rejeitados Pelo Diabo! Isso é que é seqüência!

Depois de descoberta as atrocidades que a família cometia, o xerife John Quincy Wydell (William Forsythe) está no encalço de Baby (Sheri Moon Zombie), Otis (Bill Moseley) e do Capitão Spaulding (Sid Haig). Agora os três estão fugindo e deixando morte por onde passam.

Rob Zombie fez em Rejeitados Pelo Diabo tudo o que eu queria. Pegou as grandes qualidades de A Casa dos 1000 Corpos e lapidou, lapidou, lapidou até sair um filme praticamente perfeito. Nesse filme continua claro que Rob Zombie se criou cinematograficamente em meio ao vídeo-clipe, mesmo assim Rejeitados Pelo Diabo tem cara de obra finalizada, de cinema.

Além disso, é obvia a influência de Quentin Tarantino em diversas seqüências e, venhamos e convenhamos, não há ninguém melhor para se ter como influência. O único pecado do filme todo acontece bem próximo ao desfecho do filme, quando Rob Zombie insere várias tomadas externas (onde se pode até ouvir grilos) em meio a uma cena pesada e, de certa forma, dramática; o que resultou na quebra do ritmo e do clima tenso da cena em questão.

A edição, a trilha sonora, a fotografia, o cenário... Tudo no filme é digno de nota. A seqüência dos créditos iniciais já valeria pelo filme inteiro, mas não nos prepara para um final perfeito ao som de Free Bird, de Lynyrd Skynyrd. Quanto à maquiagem: acreditar que a expressão do Capitão Spaulding perdeu um pouco a força, por causa dos seus dentes mais sujos, pode ser chamado de defeito em meio a todo o resto?

Falando em Capitão Spaulding, Rob Zombie foi esperto o suficiente para selecionar os personagens mais carismáticos de A Casa dos 1000 Corpos e fazer deles os principais de Rejeitados Pelo Diabo. Personagens fortes, interpretados por atores competentíssimos, que fazem o que querem com o filme. Você os ama e os odeia. Sabe que eles merecem, mas não quer que eles se dêem mal. Nem você sabe mais o que pensar quando o filme já está lá pelos finalmentes. Para quem eu devo torcer mesmo? Ah, precisa ter muita manha pra conseguir manipular o espectador dessa maneira!

No mais, acho que a melhor maneira de definir Rejeitados Pelo Diabo seria dizendo (com o perdão da palavra): Que filme foda!

23.9.07

A Casa dos 1000 Corpos (House of 1000 Corpses)

Close no rosto de Capitão Spaulding, barbado e pintado de palhaço (tinta branca, pálpebras superiores e inferiores em preto, na testa acima dos olhos pintado de azul claro arrematado com linha preta simulando sobrancelha alta, boca pintada de preto). Ele sorri mostrando os dentes sujos e tem as duas mãos abertas ao lado do rosto mostrando as palmas sujas de sangue.


2003
Terror
Direção: Rob Zombie
Roteiro: Rob Zombie



 

Criativo, inovador e radical, A Casa dos 1000 Corpos é uma grande homenagem aos antigos filmes de terror, recheado de uma boa quantidade de humor-negro.

Dois jovens casais estão fazendo uma pesquisa a respeito das coisas estranhas que se pode encontrar nas estradas e acabam passando pelo bizarro posto de gasolina de Capitão Spaulding (Sid Haig), que lhes conta a respeito da lenda do louco Dr. Satan (Walter Phelan). Na busca pelo local onde o Dr. Satan teria sido enforcado, os jovens acabam se deparando com a caronista Baby (Sheri Moon) e sua estranha família.

Primeiro, sobre o Rob Zombie. Ex integrante da banda White Zombie, Rob Zombie é um músico americano que mantém uma carreira solo ao estilo do “metal industrial” (seja lá o que isso for...). Apaixonado por cinema, já havia feito alguns videoclipes quando decidiu escrever e dirigir seu próprio filme de terror. Eis que nasce A Casa dos 1000 Corpos.

Ao meu ver, o defeito desse filme está na edição. O filme se perde um pouco no exagero. Muito exagero. E tem longas passagens com muita cara de videoclipe. Mesmo assim, toda a estética psicodélica, os cenários e a edição são completamente inovadores, e são o que eu considero o ponto alto do filme. É o que o diferencia de todos os outros (atuais ou não), é o que o tira da grande massa e lhe dá o devido destaque. Só achei que o Rob Zombie pesou um pouco a mão. Se ele tivesse perdido mais tempo nesse filme, acho que aí sim chegaria num ponto ótimo. Mas o resultado final ficou parecendo uma colcha de retalhos, onde cada retalho é uma idéia legal (várias poderiam ter sido melhor trabalhadas), e cada retalho compete entre si.

Existem diversas cenas muito boas. Adorei o Capitão Spaulding, a família maluca – pincipalmente a Baby e o Otis (Bill Moseley), e as cenas do subsolo. Cenário e maquiagens ficaram muito bons. A história é simples e direta ao ponto, sem muita lenga-lenga. Curta, grossa e eficaz. Muitos clichês recheiam o filme, porém são bem utilizados (como é o caso do final: clichê e previsível, mas não poderia ser diferente).

A alusão ao halloween ficou completamente desnecessária e os personagens “vítimas” são extremamente fracos, o único que me cativou foi o pai de uma das meninas, Don Willis (Harrison Young) - e talvez só porque os velhinhos sempre me cativam mesmo. Mas no geral, achei o filme divertidíssimo e mostra que o Rob Zombie tem um belo potencial para a coisa toda.

Em resumo, não é perfeito, mas adorei o filme!! E agora estou louca para ver The Devil’s Rejects, a "sequência"!