8.9.08

Batman




1989
Ação, Aventura, Suspense
Direção: Tim Burton
Roteiro:
Sam Hamm e Warren Skaaren




E aí, com toda essa onda de The Dark Night que teve, resolvi rever os dois primeiros filmes do Batman. Não para comparar, apenas porque deu uma saudade e uma vontade de relembrar.

Bruce Wayne (Michael Keaton) é aparentemente um jovem extremamente rico e excêntrico, que gosta de dar festas em seu castelo em Gotham City. Porém, quando o céu escurece, ele é Batman, o rapaz atormentado que sofre com a lembrança de ter visto seus pais serem assassinados na sua frente, e que luta para que sua cidade natal seja liberta da violência e corrupção. com a ajuda de seu fiel mordomo Alfred Pennyworth (Michael Gough). Enquanto poucos acreditam que existe um justiceiro que aparece nas madrugadas para enfrentar os vilões que o crepúsculo traz, uma linda fotógrafa, Vicki Vale (Kim Basinger), pretende desvendar quem é o homem-morcego. Porém, alguém mais acredita na existência do Batman: Jack Napier (Jack Nicholson), que em um acidente ocorrido durante um tiroteio, pedeu a pouca sanidade que possuía e, desfigurado, passou a se auto-denominar Coringa.

Nem vou entrar na comparação entre este filme e os dois novos do Christopher Nolan. Primeiro porque é um filme do Tim Burton e devemos lembrar que seus filmes nunca foram... comuns. Segundo porque as épocas e os públicos são completamente diferentes.

Batman foi feito para adolescentes e jovens que conheciam o herói diretamante dos quadrinhos. Jovens que queriam ver a aventura do homem-morcego com toda a fantasia que permeava suas mentes, com as alegorias de uma cidade fantástica, lúgubre e perigosa. Tim Burton foi a melhor escolha que se podia fazer para retratar essa aventura e essa Gotham City. Tim Burton e seus cenários, que têm como clara fonte de inspiração o Expressionismo Alemão, era tudo o que o filme precisava para ser o sucesso que foi.

Ninguém esperava que fosse um filme complexo e que abarcasse com fidelidade impecável cada detalhe dos quadrinhos. Os garotos queriam tão e somente poder ver o Batman na telona, mas um Batman que não viesse acompanhado de "Tum" e "Ploft" e "Paf" e "Bam". Mas algo mais pesado do que o que o filme retratou provavelmente seria chocante demais para eles, e não seria bem aceito.

Talvez Michael Keaton não tenha sido a melhor escolha para interpretar o Batman. Sim, ele é um ótimo ator e ele conseguiu captar a essência do personagem sem mergulhar muito na complexidade que ele possui. Porém, convenhamos, Michael Keaton é demasiado diminuto para o papel. Não que ele seja nanico, mas estamos falando do Batman! E sua altura fica ainda mais em evidência quando se coloca Kim Basinger para fazer o papel da mocinha.

Então, chega-se inevitavelmente no Coringa. E todos esperam que eu opine, por fim, se o Heath Ledger se saiu ou não melhor do que Jack Nicholson. Pois bem, digo que não. E por um motivo já comentado acima: o filme que se esperava na época não poderia nunca conceber um Coringa com a carga dramática que Heath Ledger trouxe para as telas na versão mais nova. Não há um ator, entre os dois, que tenha sido 'melhor'. Heath Ledger esteve perfeito como o Coringa de The Dark Night, assim como Jack Nicholson esteve perfeito como o Coringa de Batman. Jack Nicholson conseguiu balancear humor negro e perversão como poucos poderiam fazê-lo e disso saiu o clássico Coringa que viveu no imaginário daqueles garotos durante anos a fio.

Os garotos cresceram e se tornaram homens e é para esses homens que foi feito Batman Begins e sua sequência. Mas Batman é apenas um filme de super-herói e foi criado como tal. E o filme é o que se esperava que ele fosse naquela época por aquele público. E digo, que mesmo depois de tantos anos, foi mágico revê-lo.