29.4.07

Wolf Creek – Viagem ao Inferno

Uma moça loira sentada com as pernas dobradas no meio de uma estrada deserta. As roupas dela estão sujas de sangue e ela se apoia com as mãos no asfalto, parecendo exausta.



2005
Terror
Direção: Greg McLean
Roteiro: Greg McLean





Baseado em fatos reais. Não sei até que ponto, mas por mais vagamente que seja, já é alguma coisa a se considerar. Outras coisas a se considerar: sucesso de exibição em Cannes e concorreu na categoria “World Cinema – Dramatic” no Festival de Sundance.

Sinopse: Kristy (Kestie Morassi), Ben (Nathan Phillips) e Liz (Cassandra Magrath) são três jovens amigos que resolvem fazer uma viajem de carro pela Austrália a fim de conhecer uma famosa cratera do Parque Nacional Wolf Creek. Quando o carro não dá mais a partida, eles decidem passar a noite em Wolf Creek, mas um morador dos arredores, Mick Taylor (John Jarrat), oferece ajuda e abrigo. Então, sua viagem de sonhos se transforma em um pesadelo.

Wolf Creek é um filme aparentemente como outro qualquer: jovens e lindos atacados por um psicopata. A primeira parte do filme é bem tranqüila, os personagens se divertem, conhecem outros jovens e vão a festas. E depois disso, a matança começa sem aviso prévio.

Uma coisa que o diferencia de outros filmes semelhantes é que todo o trecho em que os jovens se divertem, o diretor não aproveitou para adicionar peitos na tentativa de conquistar o público masculino. Os personagens não estão à procura de orgias, eles só querem se divertir. Simples assim. E essa diversão mais próxima da realidade nos aproxima dos personagens a ponto de que eles possam nos carregar ao restante do filme sem nos entediar. Nós gostamos deles, não queremos que eles morram, torcemos por eles. Isso faz com que uma hora de horror não caia no desinteresse de quem assiste ao filme.

E se você espera encontrar sustos a todo instante, esqueça. Wolf Creek não é um filme baseado no susto, e sim no terror. Você se desespera e só pensa em conseguir escapar do assassino, mesmo ele estando lá dentro da tela. O cenário é outra coisa que ajuda muito ao provocar as sensações de abandono necessárias para o sucesso do filme: o deserto inóspito, estranho, vazio. Os personagens não têm para onde ir, onde se esconder e estão tão longe de casa.

Wolf Creek conta uma história simples que me lembrou muito O Massacre da Serra Elétrica e só por isso Wolf Creek já ganhou a minha simpatia. Mas justamente por ter me lembrado o Massacre, senti falta da estranheza que este me passava e das cenas de um cotidiano absurdo que fizeram o Massacre ser inigualável.

Gerador de polêmicas, odiado por muitos e amado por muitos outros, Wolf Creek é um filme que não se pode negar: no fim das contas ele faz bem o seu trabalho, assustar.