1.12.08

Mais uma vez, ausência.

Olá a todos os que ainda aparecem por aqui na esperança de encontrar algum post novo sobre filmes.

Bem, já faz algum tempo que eu não atualizo esse blog e o motivo é duplo:

1. Um problema técnico me impossibilita de acessar o blog com a frequência que eu gostaria.
2. Um 'problema' (que eu prefiro chamar de solução) pessoal tem tomado a minha atenção na maior parte do restante do meu tempo. Isso resultou em uma enorme diminuição na minha já precária frequência de assistir filmes. E sem filmes, sem posts.

Nesse segundo item, eu me refiro à minha mais nova alegria: existe um pequeno ser dentro de mim já há mais de três meses. Não, não se trata de lombriga ou parasita semelhante. É nada menos que um bebê. Poucas outras coisas coneguem tirar minha atenção desse fato, e duas delas são algumas outras mudanças pelas quais estou passando: uma no âmbito profissional e outra que mistura um pouco os âmbitos profissional e pessoal. Em meio a isso, não sobra muito tempo para que eu possa (ou tenha pique de) postar nesse blog.

Nas últimas duas semanas recebi alguns comentários em diversos posts espalhados pelo blog e eu fiquei muito feliz em ver que ele ainda interessa àqueles que são tão amantes de filmes quanto eu. Não posso deixar de dizer que o comentário deixado por Annix chegou a me emocionar! Eu peço desculpas pelo fato de não ter respondido a algumas perguntas feitas nesses comentários, mas um dos principais motivos de isso ter acontecido é o problema técnico já mencionado. Acho que a principal questão que ficou sem resposta foi quanto ao filme Um Estranho à Minha Porta, mas ainda hoje irei responder ao comentário.

Não sei quando o Pipoca no Edredom poderá voltar ao seu funcionamento normal. Talvez no início do ano que vem, algumas das mudanças pelas quais estou passando já tenham entrado em normalidade - algo por volta de Janeiro/Fevereiro. Aí, provavelmente eu voltarei a postar, pelo menos a cada duas semanas. Mas no início de Janeiro eu virei dar uma posição mais exata da situação.

Enfim, agradeço a todos que elogiaram até hoje o blog e que pacientemente ainda o visitam. Peço desculpas pelo sumisso, tanto deste blog, como por não visitar mais aqueles blogs que eu sempre tive o prazer de ler e comentar. Juro que ainda voltarei a frequentá-los, ok?!

Beijos e abraços a todos! E já desejo feliz festividades a vocês!

Até 2009!

8.9.08

Batman




1989
Ação, Aventura, Suspense
Direção: Tim Burton
Roteiro:
Sam Hamm e Warren Skaaren




E aí, com toda essa onda de The Dark Night que teve, resolvi rever os dois primeiros filmes do Batman. Não para comparar, apenas porque deu uma saudade e uma vontade de relembrar.

Bruce Wayne (Michael Keaton) é aparentemente um jovem extremamente rico e excêntrico, que gosta de dar festas em seu castelo em Gotham City. Porém, quando o céu escurece, ele é Batman, o rapaz atormentado que sofre com a lembrança de ter visto seus pais serem assassinados na sua frente, e que luta para que sua cidade natal seja liberta da violência e corrupção. com a ajuda de seu fiel mordomo Alfred Pennyworth (Michael Gough). Enquanto poucos acreditam que existe um justiceiro que aparece nas madrugadas para enfrentar os vilões que o crepúsculo traz, uma linda fotógrafa, Vicki Vale (Kim Basinger), pretende desvendar quem é o homem-morcego. Porém, alguém mais acredita na existência do Batman: Jack Napier (Jack Nicholson), que em um acidente ocorrido durante um tiroteio, pedeu a pouca sanidade que possuía e, desfigurado, passou a se auto-denominar Coringa.

Nem vou entrar na comparação entre este filme e os dois novos do Christopher Nolan. Primeiro porque é um filme do Tim Burton e devemos lembrar que seus filmes nunca foram... comuns. Segundo porque as épocas e os públicos são completamente diferentes.

Batman foi feito para adolescentes e jovens que conheciam o herói diretamante dos quadrinhos. Jovens que queriam ver a aventura do homem-morcego com toda a fantasia que permeava suas mentes, com as alegorias de uma cidade fantástica, lúgubre e perigosa. Tim Burton foi a melhor escolha que se podia fazer para retratar essa aventura e essa Gotham City. Tim Burton e seus cenários, que têm como clara fonte de inspiração o Expressionismo Alemão, era tudo o que o filme precisava para ser o sucesso que foi.

Ninguém esperava que fosse um filme complexo e que abarcasse com fidelidade impecável cada detalhe dos quadrinhos. Os garotos queriam tão e somente poder ver o Batman na telona, mas um Batman que não viesse acompanhado de "Tum" e "Ploft" e "Paf" e "Bam". Mas algo mais pesado do que o que o filme retratou provavelmente seria chocante demais para eles, e não seria bem aceito.

Talvez Michael Keaton não tenha sido a melhor escolha para interpretar o Batman. Sim, ele é um ótimo ator e ele conseguiu captar a essência do personagem sem mergulhar muito na complexidade que ele possui. Porém, convenhamos, Michael Keaton é demasiado diminuto para o papel. Não que ele seja nanico, mas estamos falando do Batman! E sua altura fica ainda mais em evidência quando se coloca Kim Basinger para fazer o papel da mocinha.

Então, chega-se inevitavelmente no Coringa. E todos esperam que eu opine, por fim, se o Heath Ledger se saiu ou não melhor do que Jack Nicholson. Pois bem, digo que não. E por um motivo já comentado acima: o filme que se esperava na época não poderia nunca conceber um Coringa com a carga dramática que Heath Ledger trouxe para as telas na versão mais nova. Não há um ator, entre os dois, que tenha sido 'melhor'. Heath Ledger esteve perfeito como o Coringa de The Dark Night, assim como Jack Nicholson esteve perfeito como o Coringa de Batman. Jack Nicholson conseguiu balancear humor negro e perversão como poucos poderiam fazê-lo e disso saiu o clássico Coringa que viveu no imaginário daqueles garotos durante anos a fio.

Os garotos cresceram e se tornaram homens e é para esses homens que foi feito Batman Begins e sua sequência. Mas Batman é apenas um filme de super-herói e foi criado como tal. E o filme é o que se esperava que ele fosse naquela época por aquele público. E digo, que mesmo depois de tantos anos, foi mágico revê-lo.

25.8.08

Saam Gaang Yi (Três... Extremos)

2004
Suspense, Drama

Três... Extremos é o segundo volume a juntar três contos de três diferentes diretores e três diferentes localidades, tendo sido o primeiro volume chamado apenas Três. Para Três... Extremos foram selecionados três diretores asiáticos conceituadíssimos: Takashi Miike, do Japão; Fruit Chan, de Hong Kong; e Chan-wook Park, da Coréia do Sul.
 
Todos os contos têm em comum o que o próprio nome do filme já pressupõe: situações extremas. Todos abordam temas como a vaidade, inveja, ciúme, culpa, remorso; e sempre de forma crítica e inusitada. São contos sobre os seres humanos, quem quer que sejam e onde quer que estejam, e suas falhas. São contos que colocam as pessoas em situações adversas e extremas: o que você faria se não existissem os limites? Até onde o homem é capaz de chegar?




Box (A Caixa)
Direção: Takashi Miike
Roteiro: Haruko Fukoshima
e
Bun Saikou





A escritora Kyoko (Kyoko Hasegawa) sonha todas as noites que está envolta em plástico, dentro de uma caixa, conforme é enterrada viva. Tristes lembranças de seu passado começam a se tornar cada vez mais recorrentes, enquanto ela tenta sobreviver ao presente.
 
De todos os contos, este é o que mais remete ao cinema oriental de terror que vem se tornando cada vez mais convencional. Mas, ainda assim, em nada ele é como os outros. Adimito, porém, que quando comecei a assistí-lo, fiquei meio preguiçosa de prosseguir, por crer ser mais do mesmo. Por sorte, insisti e descobri que na verdade ele é realmente mais do mesmo, ou melhor, muito mais. O tipo de narrativa faz-nos lembrar muitas vezes de A Tale of Two Sisters, mas o roteiro e a direção extravasam um pouco mais para o onírico. Bem, onírico talvez não seja uma definição exatamente precisa, mas acho que é a que mais se enquadra aqui.
 
Miike tem uma filmografia que o deixou mais conhecido por seus filmes de um terror mais gore e extremamente violento. E, somado ao título de Three... Extremes, o espectador acaba esperando por algo nessa linha. Porém, o curta é muito mais poético, suave e delicado do que se espera - mas ainda é possível reconhecer o Takashi Miike de Imprint. A história é confusa, e vai se tornando pesada conforme se torna clara, até culminar em um clímax denso e num final que causa certa angustia e estranhamento.
 
A fotografia é belíssima, assim como a trilha sonora; e o roteiro expesso se torna mais agradável em uma segunda vista, onde ele pode ser mais absorvido em alguns detalhes impossíveis de serem percebidos numa primeira instância. Destaque para algumas cenas com o uso já conhecido (e batido) da câmera que caminha lenta, seguida por dois cortes que adiantam a imagem - mas aqui, o recurso é somado a uma trilha sonora delicada que, ao contrastar com o efeito da câmera, evita o exagero que costuma resultar em seu uso mais recorrente (ou seja, quando combinado a trilhas sonoras pesadas e 'impactantes').




Dumplings (Escravas da Vaidade)
Direção: Fruit Chan Kwoh
Roteiro: Lilian Lee







A Sra. Li (Miriam Yeung Chin Wah) é uma atriz que vê sua carreira perder o brilho e seu marido se afastar. Culpando o avanço da idade, resolve recorrer a uma cozinheira local, Tia Mei (Bai Ling), cujos dumplings (uma espécie de pastel de carne, prato típico chinês) possuem a fama de rejuvenescer as mulheres.

O segundo curta conta com direção e edição um pouco mais tradicionais, chamando a atenção pelo tema, o modo de abordagem e pela fotografia de Christopher Doyle (A Dama na Água).
 
A câmera segura somada a uma fotografia colorida (com predominância do verde e do vermelho) deixam o filme visualmente belo e simples. Em contrapartida, Dumplings aborda a temática do apreço demasiado pela beleza física e pela juventude, além de também citar a questão do aborto e, mais superficialmente, o incesto. Essa abordagem é feita de uma forma drástica e exagerada, remetendo ao horror a que a vaidade pode levar. Assim, a beleza visual do curta mascara o grotesco brilhantemente retratado pelo roteiro – exatamente como acontece com seus personagens.
 
As atuações são primorosas, tanto de Bai Ling, indicada para o Hong Kong Film Awards como melhor atriz, quanto de Miriam Yeung. Destaque para uma das cenas finais, quando a Sra. Li está na banheira e a câmera dá um close em seu rosto – a expressão no rosto dela, que vem a seguir de movimento assustador (prefiro não relatá-lo aqui) que ela faz, é algo de gelar a espinha. Cheguei a ficar na dúvida quanto a possibilidade se ser essa a melhor cena para fechar o curta, apesar de a cena final ser psicologicamente ainda mais impactante.

Outro ponto de interesse são os efeitos sonoros. É fato que os efeitos sonoros dos filmes asiáticos têm muito peso e destaque. Isso acontece também nos três curtas de Three... Extremes. Porém, o fator psicológico fez com que o efeito do som dos dumplings sendo mastigados pela Sra. Li produza um resultado ainda mais efetivo do que o nos outros dois contos. Aliás, Dumplings me parece ser verdadeiramente o mais chocante dos três curtas apresentados.
 
Dumplings conta também com uma versão longa-metragem, de mesmo nome.





Cut
Direção: Chan-wook Park
Roteiro:
Chan-wook Park






Um cineasta (Byung-hun Lee) e sua esposa pianista (Hye-jeong Kang) são presos em um set de filmagem por um figurante (Won-hie Lim). O figurante alega que o cineasta é um homem demasiado bom e que precisará provar ter alguma maldadedentro de si estrangulando uma garotinha. O tempo corre, e cada cinco minutos de exitação lhe custará um dos dedos de sua mulher.

Chan-wook Park. Aquele da trilogia Sympathy for Mr. Vengeance / Oldboy / Lady Vengeance. Aquele do humor negro estranho e inusitado. É também o diretor e roteirista do conto que eu mais gostei em Three... Extremes.

Este talvez seja o mais estranho dos três, cuja história parece mais violenta, descabida e tétrica (mas menos grotesca). Me chama a atenção por ser tão diferente dos outros (ou de qualquer outro filme). Assim como também me agradou o cenário; a fotografia, muito colorida e extravagante; e o domínio que o diretor tem com relação ao uso da câmera – visivelmente mais aprimorado e seguro do que nos outros curtas.
 
O tema do conto é a inveja (e, talvez mais mascarado, também o é nos outros dois). Da mesma forma, também em Cut, o desenrolar da trama tem conseqüências extremas – trama que, por sinal, é pouco complexa, diferentemente de seu final. Aliás, o final é algo que deixa o espectador catatônico e confuso.
 
Por fim, como não podia faltar, encontramos nesse curta o recorrente humor desajustado e ‘fora de lugar’ de Park – mas que também existe em uma dosagem que chega a ser impressionante. É um humor que nos pega desprevenidos, da risada que resulta mais pela surpresa e estranhamento do que pela verdadeira graça. E logo o tom do filme volta ao seu rumo anterior, como se nada tivesse acontecido. Não sei bem se é um humor negro tanto quanto é apenas humor, um humor à lá Chan-wook Park.
Um filme à lá Chan-wook Park.

17.8.08

Ratatouille



2007
Animação, Comédia
Direção: Brad Bird
e Jan Pinkava
Roteiro:
Brad Bird
e Jan Pinkava



Já fazia um certo tempo que eu assisti a última animação que me deixou empolgada. Teve Madagascar, teve Carros, mas apesar de serem desenhos engraçados e bem bonitinhos, não foram assim, como Shrek, Procurando Nemo, A Era do Gelo ou Os Incríveis. E eu já estava desistindo. Até assistir Ratatouille.
O pequeno ratinho Remy não é como os outros. Remy tem olfato e paladar aguçados que fazem com que sua mente divague imaginando os melhores sabores, as melhores combinações alimentícias. Remy não quer mais comer lixo, ele quer ser um cozinheiro! E é na amizade com o atrapalhado Linguini, faxineiro de um famoso restaurante cujo dono havia falecido recentemente, que Remy encontra a possibilidade de realizar seu sonho.
Meus pais já haviam avisado: não é um desenho para crianças. E mais: é ótimo! Eu, confesso, não havia entendido muito bem o que eles quiseram dizer com isso. Lembrei de Os Incríveis, que continha diversas piadas a respeito da meia-idade, mas não conseguia imaginar que tipo de piadas poderiam ser as de um desenho sobre um ratinho cozinheiro. Pense comigo, um desenho sobre um ratinho cozinheiro. Quer coisa mais bonitinha e 'pra crianças' do que isso?
Pois bem, fui lá assistir a tal animação. Primeiro: no final expeli até minha alma pelos olhos; me matei de chorar. Segundo: não é para crianças. Terceiro: é ótimo!
Explicando. Claro que se uma criança assitir o desenho vai achar uma gracinha e vai achar o Remy cuti-cuti,e tal; mas estou certa que vai perder 80% do que ele tem a oferecer. O que deixa o filme 'adulto' não são as piadas, é o roteiro. O roteiro é muito mais complexo e trabalhado do que pode parecer, e, arrisco, um pouco tenso demais para uma criancinha. Eu fiquei mais da metade do tempo apreensiva, achando que a qualquer momento algo terrível iria acontecer - acho que é por isso que chorei tanto no final, a tensão acaba e a gente tem que colocar ela pra fora de alguma forma. De qualquer forma, o roteiro tem um desenrolar nada óbvio que ruma para um final incomum e delicioso.
Os personagens são lindamente trabalhados e, creio eu, essa foi a primeira animação que não possui o típico personagem puramente engraçado que fica na cola do personagem principal o tempo todo. O Remy é, de fato, cuti-cuti; o Linguini é engraçado - mas de uma maneira diferente - e simpático; o crítico gastronômico Anton Ego é formidável e a caracterização dele, perfeita; a cozinheira Colette é uma graça; e o chefe Gusteau é, literalmente, fofo. Talvez o personagem que eu menos tenha gostado seja o chefe Skinner, um pouco caricato demais.
O filme é muito lindo, e, se me permitem sugerir, não deve ser assistido com fome. Dá muita vontade de mergulhar nas sopas e nos pratos refinados do Remy. Aliás, ainda vou querer aprender a fazer... ratatouille.

11.8.08

The Dark Knight (O Cavaleiro das Trevas)



2008
Suspense, Ação, Aventura
Direção: Christopher Nolan
Roteiro:
Christopher Nolan,
Jonathan Nolan e David S. Goyer



Não vou dizer que era o filme pelo qual eu mais esperava esse ano, mas com certeza foi o segundo. Não vou dizer que Heath Ledger nada teve a ver com isso, mas eu já estava curiosa para vê-lo na pele do Coringa antes de seu falecimento. E lá fui eu, cinema adentro, com a expectativa no colo – e ela estava prontinha para rir da minha cara.

Aqui Batman (Christian Bale) já é Batman. Mas o seu sonho de limpar Gotham City parecia que nunca se realizaria, principalmente com a chegada de um novo malfeitor: o Coringa (Heath Ledger). Porém, com a ajuda do promotor de justiça Harvey Dent (Aaron Eckhart) e do ainda não comissário James Gordon (Gary Oldman), talvez a hora de acabar com a corrupção tenha finalmente chegado.

E lá estávamos nós: o cunhado, o marido, eu e ela – a expectativa. E a cada minuto do filme, eu a via ficar cada vez menor. Até que as luzes se acenderam e quem riu fui eu. Ela havia sido superada.

Eu sei que eu não tenho o conhecimento técnico necessário para analisar o que foi esse filme com relação à HQ. Mas, o que diabos foi aquilo? Como filme, não como adaptação. O melhor filme de super-herói que eu já vi. Perfeito.

As ótimas qualidades de Batman Begins aqui se mantém. Cenário, roteiro, fotografia, direção e figurino. Grifei figurino, pois espero que quem ainda não tenha assistido ao filme, atente bem para ele. Mas gostaria de salientar com palavras o roteiro. O roteiro magistralmente construído para que em cerca de 145 minutos a gente não tenha um segundo de enfado. O roteiro que tem, mais ou menos, uns 5 clímax, sem que a gente se canse deles. Ele consegue esmiuçar todos os personagens - bem, pelo menos aqueles que nos interessam – e da forma que nos interessa. Ele mostra o que a gente quer ver, e mostra bem, mostra na dosagem certa.

E, novamente, um destaque: elenco. Uma mudança, a namoradinha Rachel Dawes teve Katie Holmes trocada por Maggie Gyllenhaal – troca que não teve muito impacto. Talvez Christian Bale tenha exagerado na voz gutural em umas duas cenas, mas ele ainda continua sendo O Batman do cinema. Aaron Eckhart e Michael Caine indiscutivemente fantásticos e Gary Oldman brilhante e perfeito, como sempre. Aliás, Gary Oldman transformando o Comissário Gordon em um personagem de empatia cada vez maior.

Mas não me alongarei mais. Por fim, chego no Heath Ledger. Como eu disse, meu conhecimento sobre a HQ é muito pequeno. O que eu conheço do Coringa me foi apresentado pelo grande Jack Nicholson, por algo de desenho animado e pelo que me contam amigos que liam os quadrinhos. Mas isso já foi o suficiente para que eu tivesse, numa listagem pessoal, esse personagem como o melhor vilão das histórias de super-herói que eu conheço. Eu gostava do sadismo, das piadas de mau gosto, do humor negro, das roupas, do modo de falar, da insanidade aparente, da inteligência aguçada, do não ter nada a perder.

Heath Ledger juntou isso tudo, mas deu ainda mais um passo. Ele foi além, até o figurino e a maquiagem ultrapassaram os limites. Aliás, está aí uma palavra que o Coringa de Ledger parece desconhecer: limites. Ele quebra as barreiras do simples humor negro – ainda não inventaram uma palavra que defina o grau de escuridão daquele humor. O modo como ele se move, o timbre da voz, a construção das frases – ou melhor, a pontuação das frases -, o tom da risada – e os momentos em que ela resolve aparecer -, a postura, o olhar, os tiques que ele faz com a boca. O conjunto todo é perfeito, e os detalhes são, cada um, algo a se prestar atenção. Mas, claro, devemos dar crédito não só a ele, porque, além de bem executados, aqueles diálogos/monólogos do Coringa são simplesmente aterradores – mesmo que estivessem sendo lidos por um ursinho cor-de-rosa. Só que, para nossa alegria, foram recitados pelo Coringa. Pelo Coringa de Heath Ledger.


Frase Marcante:

* Coringa: “Why so serious?

4.8.08

Batman Begins (Batman, O Início)




2005
Ação, Aventura, Suspense
Direção: Christopher Nolan
Roteiro:
Christopher Nolan
e David S. Goyer





Então, depois de 8 anos sem Batman (ou 13 anos sem um bom Batman), eis que surge uma luz - ou, no caso, a escuridão completa.

Quem não conhece a história? O jovem ricaço de Gotham City, Bruce Wayne (Christian Bale), depois de anos se culpando pela morte dos pais, depois de anos apenas sobrevivendo à vida, é instruído pelo misterioso Henri Ducard (Liam Neeson) a usar seus medos e culpas a seu favor. A levar justiça e acabar com o crime em sua cidade natal. Com a ajuda de seu mordomo Alfred (Michael Kane), e de um dos funcionários de sua empresa, Lucius Fox (Morgan Freeman), Bruce Wayne se tornou o Batman.

É sabido que o Batman tem uma bela lista de vilões. E eu, com meu parco conhecimento sobre HQ e Batman, tenho para mim que dentre eles estão os melhores vilões já desenvolvidos. E o Batman, é um dos heróis que mais gosto – graças a Tim Burton.

Bom, o fato é que eu estava bem ansiosa para assistir esse filme e, por sorte, o assisti em um ótimo cinema. O que, acredito, é essencial para um filme desse calibre. E enchi meus olhos. De todos os Batmans que eu já vi, Christian Bale parece ter sido o que melhor captou a essência do personagem. Sem falar no Jim Gordon (ainda não Comissário), vivido pelo espetacular Gary Oldman – o maior camaleão que o cinema já viu; ou no Michael Caine, perfeito como o mordomo Alfred (mas igualmente perfeito foi Michael Gough em todos os anteriores).

Ainda no “enchi meus olhos”, fiquei boquiaberta com a ambientação. Os cenários são obscuros sem serem alegóricos, Gotham City é muito menos irreal nesse filme e a existência de um herói vestido de morcego é menos absurda também. É tudo muito bem dosado! E a história, para uma leiga que ainda não a conhecia por completo, foi um delírio; imagine para os fãs de verdade, aqueles que leram todos os quadrinhos ? – porque todos me disseram que estava perfeita. Poder ver de onde veio a fobia por morcegos, ver como de fato Bruce Wayne virou o Batman, conhecer o Comissário Gordon antes da ‘ fama’... E foi tudo feito com o respeito e a grandiosidade que o Batman merece. Ou seja, roteiro perfeito.

Quanto ao vilão. Bem, não posso dizer que o Espantalho (Cilliam Murphy) seja meu vilão favorito – nem perto disso-, mas acredito que foi a melhor escolha para esse filme. O enfoque de Batman Begins é o Batman, por isso, um vilão não tão renomado poderia desviar a atenção do espectador e competir com o grande astro. O Espantalho é interessante o suficiente para ser um bom desafio para esse novo Batman, mas também não é tão complexo a ponto de ofuscá-lo.

Parece que Christopher Nolan acertou a mão em tudo: elenco, cenário, roteiro, figurino, fotografia e, claro, direção. Enfim, para quem ainda não entendeu o que estou querendo dizer: o filme é perfeito.

27.7.08

Ils (Eles)



2006
Suspense
Direção: David Moreau
e Xavier Palud
Roteiro:
David Moreau
e Xavier Palud






Finalmente, consegui assistir um dos filmes mais elogiados do ano passado. Um filme francês, ambientado na Romênia, um filme baseado em fatos reais. Um filme quase unanimemente ótimo.

A professora de francês Clémentine (Olivia Bonamy) e o escritor Lucas (Michaël Cohen) acabaram de se mudar da França para Bucareste, onde estão morando em uma casa grande e isolada. Em uma noite comum, sons estranhos despertam o jovem casal francês, que logo descobre que a casa está sendo invadida... por Eles.

Quando o filme começou eu pensei: Uh. Clichê... Quando o filme continuou eu pensei: Uh! Clichê... - dessa vez já desencostada do sofá e um pouco aflita. Quando o filme estava acabando eu pensei: Uuuuuh!!! - com os olhos arregalados.

Mas e então? O filme é clichê? E o filme é ou não é bom?

É, a história não tem absolutamente nada de clichê, o final completamente inesperado é chocante e terrível. Mas o roteiro, pelo menos até boa parte do tempo é um roteiro tão clichê quanto Alta Tensão. Mas, hei! É só você se lembrar da qualidade deste último para concluir que clichê não é uma característica puramente negativa. Basta saber usá-lo.

Olhe bem a sinopse de Eles e verá do que eu estou falando. Agora, some ao "casal em casa grande e isolada sendo invadida" a seguinte cena inicial do filme: mãe e filha quase atropelam algo na estrada e o carro para de funcionar, é noite, algo espreita no escuro, susurros são ouvidos, começa a chover... Pensa bem, se isso não é clichê eu desconheço o que seja. Porém, a cena inicial é ótima, muito bem construida, e logo depois ela já passa a ser o grande motivo que nos deixa apreensivos antes mesmo de todo o suspense realmente começar. E isso, sem precisar forçar a barra como fez Quando um Estranho Chama.

É imprescindível dizer que, apesar de a temática "quem/o que será que está à espreita" + "surpresa no final" já estar batida e apesar de ser tida como um caminho seguro a se seguir em um filme de suspense, ela é perfeita para Eles. E acho que foi justamente isso o que permitiu que a história se tornasse ainda mais desesperadora. O roteiro caminha para que o final, não só por ser um final surpresa, seja simplesmente chocante e aterrador. E só quem assistiu o filme entende o que eu quero dizer com isso. Acredito que a história por si só é terrível, mas que se ela fosse contada de outra forma, se a gente já soubesse quem são Eles logo no começo do filme, já na metade dele o 'respeito' pelo assassino poderia ter se perdido por completo. Ou seja, o choque que sentimos no final teria ocorrido cedo demais.

Em suma, os dois diretores e roteiristas fizeram um excelente trabalho. Obviamente foram eles quem criaram o suspense em torno de uma terrível história real. E é deles o mérito de o filme não ter se tornado um desastre (coisa que, com uma história dessas, poderia facilmente ter acontecido). O filme é ótimo, tenso e impressionante. Se você ainda não viu, corra pra locadora já!


19.7.08

Terminator 3: Rise of the Machines (O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas)





2003
Ação, Aventura

Direção: Jonathan Mostow
Roteiro: John Brancato, Michael Ferris e Tedi Sarafian






Acreditem se puderem, eu ainda não tinha assistido esse filme. Motivo: eu estava morrendo de medo de me decepcionar. Mas, depois de apresentar os dois primeiros ao meu marido, não dava para deixar de assitir a esse.

John Connor (Nick Stahl) já não é mais uma criança e já não tinha mais sua mãe para protegê-lo. O dia do Julgamento Final já passou e nada aconteceu, nenhuma bomba explodiu e nenhuma máquina se revoltou contra os humanos. Eles haviam conseguido mudar o curso do futuro. Mas por que John continuava fugindo, se escondendo? Só que ele estava certo, pois mais uma vez um exterminador, modelo T-X (Kristanna Loken), quer matá-lo. E não só a ele. Kate Bruester (Claire Danes), uma antiga colega de escola, também é um dos alvos de T-X e, agora, John e Kate precisam da ajuda do Exterminador (Arnold Schwarzenegger) - novamente enviado do futuro.

É legal ver o Arnold Schwarzenegger, mais de dez anos depois, novamente no papel que o consagrou. É o máximo ouví-lo outra vez dizer "I'll be back". Mas fica a dúvida se era realmente necessário mais um filme. Schwarzenegger já está velho, temos que admitir. E foi também um pouco assustador ver a carona (= grande rosto) dele, já meio passada.

Existem passagens do filme engraçadas, ao bom estilo do segundo filme, mas talvez não tão boas. Nick Stahl não é tão cativante quanto Edward Furlong (John Connor no
Exterminador 2) e Claire Danes não nos passa aquela força que tem a Sarah Connor (Linda Hamilton) do segundo filme, nem sua delicadeza/confusão do primeiro - apesar de eu adorar a Claire Dannes. Sem falar que o Robert Patrick (T-1000) é muito mais legal que a Kristanna Loken - e o ciborgue T-1000 é muito mais legal que a T-X.

Porém, se eu não fosse fazer nenhuma comparação, eu ia concluir que O Exterminador do Futuro 3 é bem legal. Tem bastante ação, tem uma pitada de comédia, uma boa história, um pouquinho de romance. Mas também não é nada marcante. Além do que, tem bastante ação mesmo. O filme demora muito pra começar - no sentido de contar a história, apresentar os personagens e etc. -, é tanta perseguição e bombas e tiros, que a gente chega a cansar. São cenas muito legais e emocionantes, mas fica um gostinho de 'eu bem tava querendo saber quem é essa moça que tá com eles e o que ela tem a ver com tudo isso' enquanto todo o auê está acontecendo. E essa sensação acontece não de um jeito bom.

E, como continuação - e como já deu para concluir -, o filme é, de fato, um pouquinho decepcionante. Mas ia ser muito difícil conseguir equiparar-se com O Exterminador do Futuro 2, né.

1.7.08

Pausa

O negócio é o seguinte. Tempo. Aquele que sempre sabe como atar as nossas mãos. Pois é, por causa dele não pude postar nos últimos dois domingos e também ando sem assistir filmes. E, se nem tempo de assistir filmes eu tenho, peço desculpas por também não conseguir visitar os meus "vizinhos" bloggeiros. A coisa tá bem feia.

Mas uma coisa é certa. Eu vou postar no próximo domingo e vou retomar meus posts semanais, ou, pelo menos, prometo que vou lutar muito por isso. Talvez as visitas demorem um pouco mais para eu conseguir encaixar no meu horário, mas de vez em quando vou dar uma passadinha rápida por aí.

Beijos a todos e até domingo!

16.6.08

Terminator (Extermidador do Futuro) - 1 e 2


Terminator (O Exterminador do Futuro)

1984
Ação, Aventura

Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron e Gale Anne Hurd


Terminator 2: Judgment Day
(O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final)

1991
Ação, Aventura

Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron e
William Wisher Jr.





Sabe o que é gostoso? Assistir um filme que você sabe que é super legal com uma pessoa que você sabe que vai gostar e que nunca tinha assistido antes.

Em 2029 o mundo já não será mais o mesmo. Existem poucos humanos na Terra, que agora estão em constante guerra contra as máquinas. E dentre todos os homens, só há uma esperança: John Connor, o líder da resistência. Assim, as máquinas enviam um Exterminador (Arnold Schwarzenegger) para eliminar sua mãe, Sarah Connor (Linda Hamilton), antes que ela pudesse concebê-lo; mas a resistência também envia alguém para protegê-la, um homem chamado Kyle Reese (Michael Biehn). Anos depois, outra tentativa é feita pelas máquinas. Enviam um Exterminador mais avançado, modelo T-1000 (Robert Patrick). E novamente a resistência também precisa enviar alguém, mas dessa vez um Exterminador (Arnold Schwarzenegger) cuja programação havia sido alterada: proteger John Connor (Edward Furlong).

É muito gostoso rever um filme legal. Principalmente quando a gente pouco lembra dele. Mais principalmente ainda, quando a pessoa que está do nosso lado
nunca assistiu e parece estar adorando. Foi assim que eu reassisti os dois primeiros filmes do Exterminador do Futuro. E, no caso do primeiro, eu realmente não lembrava de absolutamente nada. Foi quase como seu eu estivesse assistindo pela primeira vez, não fosse a constante sensação de dejà vu, durante toda a sua duração.

O primeiro filme é muito bom. E tem uns furos engraçadíssimos, como quando o Exterminador aborda uns rapazotes, depois aparece vestido com a roupa de um deles e, apesar de o rapaz ser 10 vezes menor do que o Schwarzenegger, a roupa ficou até um pouco folgada no ciborgue. Mas isso só deixa o filme mais simpático.

É engraçado ver como supostamente o protagonista do primeiro filme, juntamente com a Linda Hamilton, é o Michael Biehn; porém, a gente pouco lembra do ator ao falar sobre o filme, já que a presença do Schwarzenegger é muito mais marcante. E isso não porque ele faz o papel do super ciborgue, pois no segundo filme ele já é bem "ultrapassado" e mesmo assim sua presença é muito forte. O fato é que o Schwarzenegger é extremamente cativante, não importa se ele é o mocinho ou o bandido.

E talvez, por dessa vez ele ser o mocinho, o segundo filme é ainda melhor. Lutas antológicas entre os Exterminadores, muito boa atuação de Robert Patrick, e Linda Hamilton está novamente ótima. Schwarzenegger está simplesmente perfeito e engraçadíssimo em suas tentativas de se parecer mais descolado. Esse toque de humor dos filmes dele sempre me ganham. Adoro isso.

Uma análise mais profunda a respeito desses filmes eu não tenho muita coragem de fazer, pois sou pouco entendida quando o assunto é Sci-Fi. Mas, numa pincelada superficial, posso dizer que o filme traz, além das cenas de ação, uma abordagem mais filosófica a respeito do capitalismo, da tecnologia e também do próprio homem. As cenas mais focadas em Sarah Connor no segundo filme, principalmente quando ela percebe o apego de seu filho pelo ciborgue são um bom exemplo disso.

No mais, James Cameron arrasa na dosagem entre ação, risos e carisma. Tem de tudo, principalmente no segundo filme, e na medida certa. E o tema, me parece que nunca ficará ultrapassado. Nem mesmo quando as máquinas realmente dominarem o mundo. Pois eu já estou começando a acreditar que isso é bem possível. Heh.


3.6.08

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal)


2008
Ação, Aventura
Direção: Steven Spielberg
Roteiro:
David Koepp, George Lucas e Jeff Nathanson





Lembra quando eu estava falando que eu queria ser imparcial ao falar de Donnie Darko? Bom, dessa vez eu não quero ser imparcial. Nesse caso, como disse o Rick Lima, que se dane a imparcialidade. Pois, para quem não sabe, um aviso: eu adoro Indiana Jones!!!

Indiana Jones (Harrison Ford!!!!) está de volta, e dessa vez sua busca é por uma lendária Caveira de Cristal que concomitantemente está sendo procurada pelos russos. Como de costume, Indy foi novamente envolvido na história por ser um estepe. Os russos já haviam sequestrado o verdadeiro especialista com relação a lenda, o Professor Oxley (John Hurt), mas um forte motivo os obrigou a procurar outra pessoa para chantagear. Mas não só os russos precisam do Dr. Jones para essa aventura, um rapaz chamado Mutt (Shia LaBeouf) também o procura à pedido de sua mãe: nada mais, nada menos que Marion Ravenwood (Karen Allen!!!!!!!!!).

Ah, gente!!!!! Não dá!!! Eu posso só ficar aqui falando como esse filme é o máximo, ou como o Indiana Jones é o máximo, ou como o Mutt é o máximo, ou como a Marion é o máximo, ou como...? Posso? Posso?

Pois bem. Esse filme é o máximo!!!!!!!! Claro que perfeito ele não é. Achei um pouco mais absurdinho que os outros, tem um leve problema com geografia, e o título, apesar de condizente com a trama, é muito breguinha, né! Mas... esse filme é o máximo!!!!!!! Só me fez virar ainda mais fã do Spielberg e do George Lucas! O filme está muito engraçado (de longe, o mais engraçado dos quatro), a história é ótima, tem a Marion (!!!)...

Eu lembro que inicialmente foi divulgado que o roteiro tinha o Sallah - interpretado por John Rhys-Davies (o "Brutus" simpático que aparece no 1° e no 3° filme), além de, claro, o Dr. Henry Jones - por Sean Connery. Porém, nenhum dos 2 atores entrou para o elenco e o roteiro precisou ser levemente modificado. Além disso,
Denholm Elliott, que interpretou o Dr. Marcus Brody (o professor meio atrapalhado) no primeiro e terceiro filmes, já havia falecio em 1992*. No lugar do Marcus apareceu outro professor na faculdade, vivido por Jim Broadbent; no lugar do Sallah apareceu um outro companheiro para Indiana Jones; e no lugar do Dr. Henry Jones, ficou o Professor Oxley. Mas gente, essas mudanças são especulação minha, viu. Nada oficial. O fato é que os papéis dos novos personagens parecem mesmo se encaixar no que poderiam ser os papéis dos antigos. E, apesar de ter ficado tudo muito bom, e de eu gostar muito do Jim Broadbent e do John Hurt, eu acho que teria sido fantástico rever, principalmente, o Marcus e o Sallah, assim como o Dr. Henry Jones na telona.

Bom, ação é o que não falta nesse filme. Não há um minuto de sossego, a gente ri a rodo e fica vidrado na tela para ver o que é que vai acontecer a seguir. A vilã russa, de Cate Blanchett, é perfeita (muuuito melhor que a loira aguada do terceiro filme). Soube que a Cate chegou a dizer que ela queria era ter feito o papel do Indy, mas, como isso não ia ser possível, ela ficou muito feliz em ser a vilã!

Falando nisso... O Indiana Jones é o máximo!!!!!! O Harrison Ford conseguiu superar os visíveis problemas de idade (ou seja, ele tinha muita) e rejuvenesceu uns 20 anos (porque, né! ele estava decrépito pouco antes de começarem a falar sobre filmarem essa quarta parte!). E novamente ele é o Indiana Jones. Não havia a menor dúvida de que aquele que eu via na tela era um arqueólogo cheio de banbanban, mesmo depois de terem se passado uns 15 anos desde sua última aventura.

Ah, mas o Mutt também é o máximo!!! Quando eu vi o Shia LaBeouf em Transformers eu o aprovei no ato. Esse menino vai estar à altura de ser o filho do Indiana Jones, pensei. Só que esse menino cresceu e me deixou de queixo caído. Ele não esteve à altura. Ele esteve per-fei-to! Ele fez o tipo machão fofo, se é que isso existe, e não tinha filho mais legal para o Indiana Jones ter! E, melhor, com quem ele teve!!!!

Pronto, chegamos onde eu queria. A Marion é o máximo!!!!!! Ela é e vai continuar sendo a mocinha mais legal de todos os Indiana Jones, na verdade, de todos os filmes de aventura ever! Ela é durona, ela sabe beber, ela é lindona, brava e a mais fofa!!! Não há dúvidas, se existe um personagem de filme que um dia eu sonharia em ser, taí, a Marion. Mas eu senti falta dela, queria ter visto mais Marion. Ficou faltando ela aparecer bebendo!!

Enfim. Venham fãs do bom cinema de 80. Venham fãs de Indiana Jones. Deliciem-se nessa aventura que recria tudo o que o cinema tinha de bom e que fazia tempo que não se produzia mais. Sem falar nas inúmeras homenagens que Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal faz aos seus filmes precedentes. É de encher os olhos de lágrimas.




* Foi o bloggeiro Daslei (vulgo Owtlaw) quem fez o grande favor de me avisar dessa perda. Uma perda irreparável, o Marcus faz tanta falta... Mas, obrigada, Owtlaw, pela atenção!

18.5.08

Blue Velvet (Veludo Azul)



1986
Suspense
Direção: David Lynch
Roteiro:
David Lynch






Vamos ser sinceros. Eu não tenho nenhuma pretensão de dissertar profundamente a respeito de Veludo Azul e David Lynch. Mas vou dar uma pincelada nas minhas impressões gerais, lembrando até do que já li de um e de outro.

Em uma pacata cidadezinha americana, o pai de Jeffrey Beaumont sofre um enfarte, o que traz o rapaz de volta à cidade. Porém, voltando do hospital, Jeffrey (Kyle MacLachlan) encontra uma orelha humana em uma área não habitada da cidade e vai comunicar o Detetive Williams (George Dickerson). Impulsionado pelo seu gosto por mistérios, Jeffrey descobre com a filha do detetive, Sandy (Laura Dern), algumas informações que poderiam ajudá-lo a desvendar o estranho caso. Seguindo uma pista, o jovem se envolve com a misteriosa cantora Dorothy Vallens (Isabella Rossellini) e com o violento e prigoso Frank Booth (Dennis Hopper).

Quando Veludo Azul chegou ao fim, eu não fazia idéia se tinha gostado ou não do filme. Na verdade, enquanto o filme ainda passava na tela, até certo momento, cheguei a pensar em desistir de continuar a assistí-lo, tão esquisito tudo aquilo me parecia. Mas no dia seguinte minha mãe veio me perguntar como o filme tinha acabado (pois ela de fato desistiu de assitir), e eu comecei a contar tudo, tintim por tintim. E não é que a cada coisa que eu ia contando, mais eu ia percebendo que eu tinha mesmo gostado do filme?

Bom, vamos por partes. Eu não sou expert em cinema, esse blog é um grande hobby meu, e mesmo eu tendo pesquisado um pouco, com certeza deixarei coisas faltando ao analisar o filme.
David Lynch já havia feito outros filmes, como Eraserhead (1977) e O Homem-Helefante (1980), e já era um diretor conceituado quando fez Veludo Azul. Não conheço muito o cinema dos anos 80, mas ao que eu saiba, pouco se fazia de diferente do "normal" naquela época. Claro, existia Kubrick já desde muito antes, mas o cinema tradicional de Hollywood era ainda a maioria quase absoluta, com algumas exceções de filmes europeus (normalmente aquele tipão paraaaado) que se destacavam aqui e ali.

Veludo Azul é o meu segundo filme de David Lynch. Já havia assitido Cidade dos Sonhos (2001) há um bom tempo atrás e já não tinha entendido nada. Inclusive eu ainda estava iniciando a minha incursao no mundo do cinema, de modo que precisarei revê-lo. Porém, ao assistir Veludo Azul, achei que este não é tão complexo em termos de roteiro, mas tão ou mais estranho quanto o outro.
Agora, fico pensando que se eu, que até já estou acostumada com a variedade atual de filmes diferentes, tive uma certa dificuldade em captar as nuances de Veludo Azul, imagino a ruptura que deve ter sido na cabeça daqueles que o assistiram em 1986.

O início do filme, acredito eu, é a parte mais chocante. Talvez pelo fato de que você acabará se acostumando com a estranheza e se deixará envolver durante o restante da película. Ainda assim, é um baque. Tanto a sequência de abertura, com as flores coloridas, as crianças brincando, o fundo musical da década de 60, todos sorrindo e tranquilos - a cidade perfeita? -, que finaliza com o enfarte de um senhor que está regando as plantas do jardim e se fecha em um close de insetos grotescos na grama verde; quanto um pouco mais à frente, quando Jeffrey conhece Dorothy e Frank em seus acessos de sadomasoquismo e loucura.

Aliás, destaque para as atuações de Isabella Rossellini e Dennis Hopper. Perfeitos. Já Kyle MacLachlan, tive dificuldades em analisar seu desempenho, pois não conseguia me distrair do enorme queixo que o rapaz possui.
Sério, enorme. Eu sei que é ridículo, mas desculpe-me, sou humana. De qualquer modo, não creio que isso teria acontecido comigo caso ele fosse um excelente ator.

Voltando à sequencia inicial do filme, eu acredito que de certa forma ela mostra que aquela cidade pacata, que parece tão perfeita e inofensiva, esconde horrores que não se vê na "superfície". Por isso o close nos insetos grotescos. Também pode ser vista como uma crítica, já que a suposta perfeição da cidade é mostrada de forma tão caricata e exagerada que tudo parece ser ridículo e artificial.

O roteiro não traz tudo de mão beijada. A gente tem que ir deduzindo a história conforme ela se desenrola, e em alguns momentos a sugestão é só o que nos é fornecido. David Lynch não está interessado em explicar, apenas em mostrar o que ele julga ser mais importante (também plasticamente?). Assim, se como roteiro Veludo Azul é ousado, como direção e fotografia é ainda mais. Figurinos e cenários fazem um mix desconcertante de cenas bizarras. O apartamento de Ben (Dean Stockwell), integrante do submundo de Frank, com as mulheres gordas à mesa, com o grande palhaço sentado no sofá, dá margem a momentos de uma estranhesa completa.

No entanto, me parece que toda essa estranhesa serve para desnudar o que a sociedade realmente é e tenta desesperadamente mascarar. O que me lembra, de certa forma, O Cheiro do Ralo, que nos aproxima dos personagens através do lado mais podre que poderia haver em nós.
Seja parte da violência e sadomasoquismo de Frank; da loucura de Dorothy; ou da curiosidade exacerbada de Jeffrey, que o leva a esse submundo de horror.

12.5.08

Donnie Darko




2001
Ficção Científica, Drama
Direção: Richard Kelly
Roteiro:
Richard Kelly






Vou tentar ser imparcial a respeito desse filme, mas espero que me desculpem se eu não conseguir. Acontece que eu amei Donnie Darko!!!

Donnie Darko (Jake Gyllenhaal) é um adolescente que vê sua vida mudar quando se salva da morte: ao seguir o enorme e sombrio coelho Frank (James Duval), Donnie escapa de ter sua vida interrompida por uma turbina de avião que caiu do céu exatamente sobre seu quarto. Nessa noite, Frank diz a Donnie que o mundo irá acabar exatamente em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos. Variando entre sessões de terapia, conversas com seus professores Kenneth (Noa Wyle) e Karen (Drew Barrymore), e com sua namorada Gretchen (Jena Malone), Donnie Darko tenta entender o que as aparições de Frank significam, se são reais e qual é o seu papel dentro dos estranhos acontecimentos recentes.

Lembra que no Questionema eu disse que não era de prestar muita atenção em trilha sonora? Bom, ainda é verdade, mas nesse caso, acabou o filme e eu só conseguia pensar na trilha sonora. É simplesmente ótima. E muito bem colocada no filme. As músicas oitentistas, totalmente combinando com o filme todo (já que a história se passa em 1988), além de serem lindas, se encaixam perfeitamente aos momentos em que estão em destaque. Em Donnie Darko, quando a música ganha destaque, realmente significa alguma coisa - mesmo quando é kitsch. Eu me lembrei muito da Ann B. (ou Amiga da Kayako, como queiram) quando ela dizia que o sonho dela era que a vida real tivesse trilha sonora, porque acho que, se tivesse, ia ser exatamente como eu vi nesse filme.

E o resto? Bom, o resto do filme é praticamente... perfeito. O roteiro é muito bom; não só pela história, mas pelo modo como é contada. Dizem que é um filme difícil. Hmmm... fácil não é, em grande parte é por isso eu gostei dele, mas não é o filme mais complexo dos últimos tempos. Só que tem um ponto: sempre que você assiste, você percebe uma coisinha nova. E quando você achava que já tinha entendido tudinho, você assiste de novo e vai ver que talvez existe uma outra interpretação ou um detalhe que você não tinha percebido antes.

Donnie Darko é apenas o terceiro filme de Richard Kelly, e o único dos cinco filmes que ele dirigiu que eu assiti; mas já dá pra ver que o rapaz é alguém para se prestar atenção. Ele tem um estilo próprio, uma estética própria e ambos são usados de forma muito segura para nos passar as sensações corretas nos momentos certos. Os personagens têm carisma, as cenas são intrigantes, obscuras e fortes, e o filme é muito bem ambientado. Uma coisa que eu gostaria de salientar: os movimentos de câmera e alguns momentos de aceleração da imagem conseguem um efeito que, quando somados à já citada excelente trilha sonora, fica maravilhoso. Destaque para a chegada do Donnie na escola logo depois que a turbina do avião cai em seu quarto - que é praticamente uma rápida (e incrível) apresentação da maioria dos personagens que serão envolvidos na história.

Jake Gyllenhaal já mostra o grande ator que é, carregando o filme com facilidade e conduzindo o personagem de maneira a proporcionar grande empatia, mas sem perder a sua enorme complexidade e ambiguidade. Não importa quantas besteiras Donnie faça, nós sempre o perdoaremos, mesmo quando não conseguimos compreendê-lo por completo. Além disso, as expressões de Jake são impressionantes. Quando Donnie está sob infuência do sonambulismo, o olhar morteiro seguido do sorriso desprovido de sentimento é algo assustador e completamente diferente do que é o Donnie acordado.

E todos os outros atores são bons, principalmente Mary McDonnell como a mãe de Donnie. Porém, se o filme tem algum defeito, diria que é o fato de esses outros personagens serem algumas vezes caricatos por demais. Mas isso não acontece com o coelho - de quem, durante o filme, fica difícil saber se devemos gostar ou odiar.

Hmmm, não sei se consegui atingir meu objetivo inicial de imparcialidade, apesar de que fica a sensação de que falar com menos empolgação a respeito de Donnie Darko seria um certo tipo de traição a mim mesma. O filme me ganhou, me conquistou.

4.5.08

Abismo do Medo (The Descent)

Uma mulher branca com o corpo coberto de sangue, grita com a cabeça jogada para trás e os braços estendidos ao lado do corpo e levemente abertos. Ela tem cabelos lisos e longos molhados de sangue e colados ao corpo, usa regata escura justa. Ao fundo, desfocada, uma parede de pedra escura.


2005
Suspense / Terror
Direção: Neil Marshall
Roteiro:
Neil Marshall






Este é apenas o terceiro filme de Neil Marshall, mas já é possível perceber o domínio que ele tem como diretor. Um filme muito bom, que prende a atenção do início ao fim. A pedidos, Abismo do Medo.

Um ano depois de perder o marido e a filha em um trágico acidente, Sarah (Shauna Macdonald) vai a uma expedição com as amigas. Sua amiga Juno (Natalie Mendoza) é quem as lidera até uma caverna nunca antes explorada, onde acabam ficando presas e encontrando estranhas criaturas no escuro.

Escuro e claustrofóbico são as palavras mais usadas para qualificar esse filme. Se você já ouviu falar de Abismo do Medo, provavelmente o comentário veio acompanhado de pelo menos uma dessas duas palavras. Mas não é à toa. E ambos os adjetivos estão intimamente ligados nesse caso.

Claustrofobia é o que sentimos quando aquelas mulheres ficam presas em uma caverna, quando são obrigadas a se embrenharem em espaços diminutos, se arrastando em túneis que mal são suficientes para que passem se rastejando, tendo como iluminação apenas as luzes de algumas poucas lanternas. Aquela escuridão, onde mal se pode ver onde se pisa, onde não se sabe quem é quem.

E como é que se pode assistir um filme assim, sem conseguir ver nada!?

Por que tamanha escuridão?! Oras, simplesmente porque numa situação como essa, a escuridão é a única coisa verossímil! Isso, à exemplo de O Massacre da Serra Elétrica, é a solução mais simples e inteligente que um diretor poderia conseguir para que possamos sentir exatamente o que as personagens estão sentindo em uma situação como a enfocada pelo filme. Se você, assistindo, está desesperado e angustiado e clautrofóbico, imagine as personagens! Você consegue sentir o que elas sentem e isso cria um vínculo entre vocês. A escuridão não é apenas uma característica marcante de Abismo do Medo, mas é a característica que mais o eleva acima de outros similares.

Mas não só de qualidades é feito um filme. Abismo do Medo está longe de ser perfeito. Embora a história do acidente da família de Sarah seja de certa forma importante para explicar suas ações ao longo do filme, fiquei com a sensação de que a personagem era um pouco menos simtipática do que deveria. Isso me distraiu em alguns momentos do filme, pois eu me irritava um pouco com ela. Também algumas cenas relacionadas à finada filha de Sarah me pareceram muitas vezes deslocadas, como se pertencessem a outro filme. E há quem acredite que, na verdade, as aparições da menina, somadas a diversas outras dicas, corroboram com a teoria de que tudo o que aconteceu dentro da caverna era apenas ilusão de Sarah e que ela era a responsável por todo o horror que se instalou naquele lugar. Eu não concordo com a teoria pelo simples fato de que, em alguns momentos, as outras mulheres também vêm as criaturas e, inclusive, as matam. Porém, acredito que se a teoria fosse verdadeira, o filme se tornariam muito melhor.

Uma falha do filme é o fato de as criaturas, mesmo cegas, não terem olfato, tato e audição superdesenvolvidos. Eu nem acho que é uma falha grotesca, mas é algo que me chamou a atenção em alguns momentos do filme, pois isso aumentou as chances de sobrevivência das personagens. Isso sem falar nas super habilidades de luta que aquelas mulheres tinham! Porém, acho que nenhuma dessas duas características consegue diminuir muito o valor do filme.

Agora, a cena que é quase unanimidade, a melhor cena do filme, senão do ano. A cena do lago de sangue, que até me fez lembrar aquela de Carrie. Um filme que contém uma cena daquelas tem que ser no mínimo bom!
E de qualquer forma, num balanço geral, Abismo do Medo é um filme que tem muitas qualidades e que consegue mostrar que temos um novo diretor que promete muito.

25.4.08

A Morte Pede Carona (The Hitcher)

Um homem branco loiro (Rutger Hauer), com o rosto coberto de sangue, segura uma espingarda. Veste uma camisa cinza claro com uma jaqueta cinza por cima. Está parado em uma estrada rodeada com ambiente desértico.

1986
Suspense
Direção: Robert Harmon
Roteiro:
Eric Red






Um dos suspenses marcantes da década de 80. Uma atuação memorável de Rutger Hauer. A pedidos, vos apresento A Morte Pede Carona.

Jim Halsey (C. Thomas Howell) foi incumbido de levar o carro de outra pessoa de Chicago a San Diego. Durante a viagem, o rapaz acaba dando carona a um desconhecido na estrada, porém o tal John Ryder (Rutger Hauer) é um perigoso assassino que não descansará enquanto não tiver Jim morto.

Eu, particularmente, resumo esse filme em duas palavras: Rutger Hauer. Eu não assisti o remake, mas ouvi dizer que é péssimo. Sinceramente, sem o Rutger Hauer como John Ryder, o remake poderia ser, no máximo, legal.

Porque o roteiro é bem legal, uma coisa similar a Encurralado. A diferença é que em Encurralado o filme é feito de um modo que não dava para alguém aparecer como o motorista sem que fosse uma decepção, e aproveitam para criar um mistério em cima disso (Spielberg é Spielberg...). São filmes de perseguição na estrada e com doses muito bem balanceadas de ação e suspense. Mas A Morte Pede Carona não insere apenas a figura do assassino, insere também a mocinha, Nash (Jennifer Jason Leigh), que aparece na medida certa.
SPOILER: ela aparece o bastante para cativar sem que a gente odeie o filme quando ela morre no final, mas para que a gente odeie apenas o John Ryder.

A direção e o roteiro conduzem o filme de maneira tão acertada que sequer é preciso o uso de cenas explícitas dos assassinatos para nos amedrontar, basta a constante sugestão do horror que o assassino provoca, seus olhares e, claro, vislumbres dos resultados finais de seus "trabalhos". Também a trilha-sonora é conduzida eficientemente, de modo que nas cenas de maior tensão ela é quase imperceptível, mas mesmo assim colabora para deixar o espectador ainda mais angustiado.

Quanto a C. Thomas Howell, ele está realmente bem em seu papel. O personagem nos dá nos nervos de vez em quando, mas é justamente por ser bem interpretado. Porque ele é apenas um moleque. E moleques raramente são as pessoas mais espertas do mundo (não é feminismo, as meninas são iguais). Mas ele acaba amadurecendo e no fim isso fica mais do que visível e justificável. É um amadurecimento gradual e muito bem interpretado.

Só que no fim das contas, o que acaba contando mesmo é a atuação do Rutger Hauer. Acho que estou me tornando um pouco repetitiva... mas é sério! O cara destrói, ele é muito bom mesmo. Ele fez algumas cenas dirigindo o carro, sem usar dublê e deixou até os dublês impressionados. O C. Thomas Howell chegou a afirmar que na época das filmagens ele tinha medo do Rutger Hauer até nas horas em que não estavam gravando! Mas o principal na atuação do Rutger Hauer é o olhar, a postura impessoal, como se não desse a mínima para nada - isso deixa-o com um aspecto de intangibilidade. E quando ele sorri é ainda pior...

Ah, o caso é que ele é bom e ponto.


Jim Halsey: - Você vai ser pego.
John Ryder: - Claro. Tudo bem. E daí?

13.4.08

Filmes Subestimados

Conforme o convite de Marcus Vinícius, vou dar sequência ao MEME. O Lance é listar 5 filmes que eu considero terem sido subestimados pela crítica e/ou público. Eu acho uma lista muito difícil de se fazer, mas vamos lá:

Ju-On: The Grudge
de Takashi Shimizu

Ju-On: The Grudge é um dos melhores filmes de terror que eu já vi. O seu único defeito é a sua refilmagem ter ficado tão ruim.

É incrível como as pessoas confundem as coisas! Por não terem gostado da refilmagem, já criam o maior preconceito quanto ao original.


Guerra dos Mundos
War of the Worlds de Steven Spielberg

Eu não entendo! Porque teve gente que não achou Guerra dos Mundos o máximo?!

A história é muito boa, adaptada do livro de H. G. Wells, e a direção é perfeita. Tem exatamente tudo o que um filme de ação/aventura/ficção científica deveria ter. E exatamente na medida certa.

Qual é o problema então? Eu ainda não entendi...


A Vida Marinha
The Life Aquatic with Steve Zissou de Wes Anderson

O problema desse é que ele é estranho demais para o grande público. As pessoas gostam de filmes normais, o que não é o caso, então... E, junte a isso, raramente alguém já ouviu falar dele.

Mas é ótimo.


O Cheiro do Ralo
de Heitor Dhalia

Praticamente o mesmo problema do filme acima. Mas com um agravante: O Cheiro do Ralo é um filme brasileiro. É triste, mas ainda existe preconceito com isso. Aí, se ele não teve uma super ultra aceitação no Brasil, como é que vão conhecê-lo lá fora?

É uma pena, porque eu acredito que é um dos melhores filmes que o cinema brasileiro já produziu.


Corpo Fechado
Unbreakable
de M. Night Shyamalan


Eu estava em dúvida se colocava esse ou
A Dama na Água. Mas acho que Corpo Fechado foi ainda mais injustiçado, dentre todos os do Shyamalan.

É como eu disse sobre Guerra dos Mundos. O que mais as pessoas queriam desse filme?! O azar dele foi ter sido feito logo depois de O Sexto Sentido.


Bom, agora que já listei meus filmes, tenho que escolher 5 outros donos de blogs para dar continuidade ao MEME. Escolho Renato Thibes do Registro Dissonante, Rick Lima do Cinefagia, Mary do La Vie en Rose, Doggma do Black Zombie, e... você*!


*Aberto a quem quiser postar o MEME em seu blog.