30.11.07

Homem-Aranha (Spider-Man) - do 1 ao 3

O Homem-Aranha ocupa boa parte da metade esquerda imagem, em posição de apreensão, meio agachado, com uma das pernas dobradas mais à frente, olhando para a frente em algum ponto atrás da câmera. Ao fundo, pilares e vigas metálicos como de uma obra de um prédio, com diversas linhas negras espalhadas pelo ambiente formando teias.


2002 / 2004 / 2007

Ação, Aventura
Direção: Sam Raimi
Roteiro: David Koepp / Alvin Sargent / Sam Raimi, Ivan Raimi e Alvin Sargent



Digam o que quiserem, mas atualmente Homem-Aranha é a franquia de filmes baseados em quadrinhos de maior sucesso. É sempre um dos mais esperados (senão o mais) e que até agora conseguiu ser surpreendente em cada filme. No primeiro porque ninguém botava tanta fé assim nele, no segundo porque ninguém bota fé sem sequências - mas todos ficamos de queixo caído ao ver que ficou melhor ainda, e no terceiro... bem, porque ninguém esperava por aquilo.

Peter Parker (Tobey Maguire) é um daqueles CDFs desajeitados que existem em qualquer lugar, porém, ao ser picado por uma aranha, vê seu corpo passar por algumas mudanças, ganhando mais força, destreza, sua visão melhora, além de desenvolver perícias tipicamente aracnídeas, como a habilidade de andar pelas paredes e de fazer teias de aranha. Agora, Peter vê sua vida girar em torno de ganhar algum dinheiro como fotógrafo, cuidar de sua tia May (Rosemary Harris), tentar conquistar a bela Mary Jane (Kirsten Dunst) e salvar o mundo de diversos bizarros vilões.

Fato: Sam Raimi se encontrou nessa franquia. Dá pra ver que ele se diverte fazendo-a, dá pra ver que todo mundo se diverte fazendo esse filme. Talvez por isso tenha dado tão certo. Fiquei sabendo (por fontes diversas, nenhuma que seja seguuuura) que Tobey Maguire e Kirsten Dunst adoram fazer os filmes e que sempre esperam ansiosos pelo próximo. Há quem diga que estão enterrando sua carreira por causa disso. Eu acho que se você pode ganhar dinheiro (e bastante) fazendo algo que te dá prazer, por que parar? Eles nem precisam de carreira, graças a esses filmes ambos ficarão imortalizados, para o bem ou para o mal! 

E não dá pra comparar, Homem-Aranha é muito mais divertido que qualquer outro filme de super-herói que saiu nos últimos anos. Teve o ótimo Batman Begins, Super-Homem também ficou muito bom, mas divertidos como Homem-Aranha nenhum foi. Quando assisti o primeiro filme eu não estava num dia muito feliz da minha vida, não estava nem em uma época muito feliz da minha vida. Aí, a minha querida atual madrinha - praticamente uma fada-madrinha - teve a feliz ideia de me levar no cinema para ver se eu me animava um pouco (ela me conhece muito bem): "está passando aquele filme novo do Homem-Aranha, é legal..." Eu não estava com muita vontade de assistir isso não, mas me deixei levar. E, caracoles!, eu saí do cinema jubilante!!!

Olha, nunca li um quadrinho do Homem-Aranha, mas já tinha visto o desenho animado, e achei que o Tobey Maguire caiu como uma luva para esse personagem. E a tia May está perfeita, o dono do jornal Jameson (J.K. Simmons) também, e o Norman Osborn (Willen Dafoe) chega a ser uma falta de respeito!

O segundo filme foi o que eu mais gostei, e o motivo principal é a simpatia que sinto pelo vilão Octuplus, ou Dr. Otto Octavius (Alfred Molina). Alfred Molina é sempre extremamente seguro em seus papéis e nesse caso não foi diferente, conseguiu passar a complexidade de um vilão ao mesmo tempo carismático e temível. Além disso, nesse filme parece que o humor está mais afiado e bem dosado. Ao meu ver, Homem-Aranha 2 ficou perfeito!

Chegamos finalmente ao terceiro filme. O mais polêmico. Mas depois que eu percebi que o próprio Sam Raimi participou do roteiro desse, tudo passou a fazer mais sentido: ficou a cara dele - isso não é uma crítica. Está certo, imagino que existe pelo menos um consenso aqui, em Homem-Aranha 3 o Sam Raimi chutou o pau da barraca! Isso é bom, isso é ruim? Ainda não sei. O filme está divertido? Ô

É nesse filme que finalmente James Franco parece se encontrar como Harry Osborn. Mas também nunca vi alguém ser tão disperdiçado como foi a Bryce Dallas Howard como a insípida Gwen Stacey! Topher Grace como Eddie Brock também deixou muito a desejar e parece que só deslanchou mesmo quando incorporou o Venom (talvez pq a partir daí a computação gráfica fez boa parte do trabalho).

As cenas de comédia estão muito mais exageradas - na verdade TODAS as cenas estão muito mais exageradas. Uma enormidade de vilões aparece, e, como se isso já não fosse o bastante, uma meleca preta extra-terreste resolve se amigar com Peter Parker transformando-o num EMO!! Nesse momento eu não sabia mais se ria ou se chorava, as cenas chegavam a ser constrangedoras! É tudo tão ridículo que eu acabei gostando. Sabe, quando o cara sabe que está fazendo algo absurdo e tem cacife para ir além do absurdo, exagerar o que já era impossível, piorar o que já era ridículo, eu acabo me afeiçoando à sua coragem.

Sam Raimi não teve medo de fazer loucuras, na verdade ele só estava dizendo "Acha que eu não sei que tudo isso é absurdo? Eu SEI e vou deixar isso muito claro!". Posso estar criando uma tremenda polêmica agora, mas simplesmente não posso deixar de dizer: Parabéns, Sam Raimi.

14.11.07

1408

John Cusack de frente e olhando para a câmera, centralizado, com as mãos na cabeça como quem tampa os ouvidos. Seu olhar remete a desespero e angústia. Ao fundo, desfocado, um quarto de hotel.

2007
Suspense, Terror
Direção: Mikael H
åfström
Roteiro: Matt Greemberg e
Scott Alezander


1408 é um filme repleto de efeitos especiais. Não traz absolutamente nada de novo, mas é incrivelmente gostoso de se assistir. Em produções recentes isso chega a ser louvável.

Mike Enslin (John Cusack) é um especialista em desmascarar supostas assombrações. Ao ficar sabendo de um quarto de hotel almaldiçoado, cujo número é 1408, decide ir até o hotel para passar a noite e verificar a veracidade dos fatos lá ocorridos. O gerente do hotel Gerald Olin (Samuel L. Jackson) está decidido a não permitir que Mike fique no quarto 1408, porém não consegue convencê-lo do perigo que corre.

Mais um filme baseado em uma história de Stephen King. Para quem assistiu o filme, isso é extremamente óbvio. A história me é bem familiar, em vários momentos lembrando O Iluminado, mas esse é o máximo de semelhança que ambos os filmes têm. Primeiro porque apesar de competente, o diretor de 1408 não é nem um Kubrick; segundo porque a história só lembra a de O Iluminado, mas é bem mais simples.

John Cusack, como sempre, dá um show à parte, mas Samuel L. Jackson, em sua curta participação, é competente, mas traz um ar de "já te vi". O roteiro é bem elaborado para o que se propõe (que eu suponho ser o entretenimento puro e simples) e proporciona um crescente nos fatos que atinge facilmente o objetivo de nos envolver. Clichês esse filme tem de monte, mas são todos muito bem utilizados. Os efeitos especiais são quase a alma do filme - não fosse a presença marcante de Cusack roubando a cena - mas são precisos e acabam funcionando bem.

Apenas o final me inquietou um pouco, pois não deixa dúvidas para a veracidade ou não dos fatos. Era melhor ter deixado as coisas mais "no ar" e ter acabado o filme antes.

Emfim, para quem gosta de filme de terror descompromissado, está aí uma ótima pedida. Garanto muitos sustos e cia!