28.3.10

The Exorcism of Emily Rose (O Exorcismo de Emily Rose)




2005
Suspense
Diretor: Scott Derrickson
Roteiro: Paul Harris Boardman e Scott Derrickson





Um tempo atrás eu havia comentado com meu marido que eu estava precisando assistir um filme de suspense, de preferência um que eu nunca tivesse assistido antes E que fosse bom. Um ou dois dias depois eu vi que ia passar O Exorcismo de Emily Rose na tv aberta e, mesmo já tendo assistido antes, me agarrei a esse filme como se fosse água no deserto. Será que é por isso que eu gostei mais dele nessa segunda vez?

O Padre Moore (Tom Wilkinson) está sendo julgado pelo homicídio de Emily Rose (Jennifer Carpenter). Ele é acusado de ser o principal responsável pela sua morte após uma tentativa frustrada de exorcisá-la. Sua advogada, Erin Bruner (Laura Linney), tentará provar a inocência desse homem, enquanto começa a questionar suas próprias crenças.

Eu não havia me interessado muito por esse filme quando o assiti pela primeira vez. Eu gosto muito de filme de terror, como deve ser visível, e também gosto muito de filmes de tribunal. Acho que acabei criando uma expectativa muito grande para esse filme. Além disso, pelos rumores que havia ouvido, eu estava esperando por algo mais chocante, mais terror, e o que encontrei foi um suspense. Aí, caí no meu erro mais recorrente: não analisei o filme direito por despeito. Eu sou uma mocinha muito emotiva. Não no sentido de chorar à toa (se bem que eu choro à toa), mas no sentido de que meu emocional muitas vezes suplanta o meu racional. Enfim, dessa vez, eu estava tão cinematográficamente carente que fiz questão de ver o filme dublado mesmo. E, mesmo assim, fiquei fascinada com ele. Não duvido que seja meu lado emotiva falando mais alto (agora pensendo para o lado oposto), mas dessa vez eu tenho mais definidos os motivos que me levam a ter gostado tanto do filme.

Uma outra particularidade minha é comparar as coisas, ou relacioná-las. E aí que O Exorcismo de Emily Rose, que antes eu imaginava que seria muito como O Exorcista, acabou me lembrando um pouco A Profecia (1976). A característica que mais evidencia essa semelhança é o fato de o demônio agir não apenas pelo corpo da possuída (ou, no caso do filme mais antigo, pelo Damien), mas também de maneira completamente desligada dele. Ou seja, nos dois filmes o demônio utilizou elementos naturais e/ou tecnológicos para atemorizar, intimidar e, até mesmo, atacar aqueles que tentaram interferir em seus objetivos. Outra semelhança está num enfoque mais investigativo e psicológico que pode ser encontrado nos dois filmes: Erin tenta encontrar provas de que o Padre Moore é inocente, enquanto Robert Thorn investiga para tentar entender o comportamento estranho de seu filho adotivo - e são suas descobertas, somadas aos acontecimentos que eles próprios testemunham, que irão por em cheque tudo aquilo que sempre acreditaram.

Os três atores principais estão simplesmente excelentes. Laura Linney demonstra muito bem a crise na qual a sua personagem entra durante o filme, e ela faz isso de maneira coesa e muito realista. Jennifer Carpenter, praticamente estreando no cinema (afinal, quem era ela antes desse filme?), conseguiu dar conta do recado em um papel com forte carga dramática, mas sem ser caricata ou exagerada. Por fim, Tom Wilkinson entra tão bem no personagem que é difícil lembrar que ele não é, realmente, o Padre Moore. E é, em parte, graças à atuação desses três que o espectador chega a também ficar em dúvida quanto a que acreditar.

Ainda assim, a direção e a edição são os principais 'culpados' por esse grande acerto do filme (e que pode igualmente ser considerado o grande erro). As cenas se intercalam entre o julgamento e a história da possessão de Emily Rose propriamente dita. Tanto a medida contida de contar o filme, quanto esse vai e vem de cenas, fazem do filme algo extremamente realista e plausível. O roteiro também prima em manter tudo bem amarradinho e coerente. Todas as cenas e reações dos personagens são milimétricamente calculados, sem parecer mecânico e impessoal.

E é essa a grande crítica que pode ser feita à película. O filme prometia ser de terror, e com essa expectativa em mente, fica a sensação de que faltou ousar nas cenas de possessão, de que faltou mais choque. Algo mais ao estilo de O Exorcista mesmo. Foi o que fez com que eu, e muitos outros, tivesse ficado descepcionada com o que vi. Contudo, analisando friamente, tenho minhas dúvidas se seguir essa linha mais visualmente pesada teria resultado em um filme tão bom. Afinal, mesmo contidas, as cenas presentes em O Exorcismo de Emily Rose são suficientes para dar um clima tenso, assustador e sombrio ao filme.

O importante é se ter claramente que, apesar do marketing furado, a intenção do filme é ser um suspense de tribunal. Assista ao filme pensando nisso e não irá se decepcionar.

3 comentários:

Marcos disse...

Olá Tha,

Sou leitor do Pipoca no Edredom e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o Pipoca no Edredom.

Se você gostar do site, também peço que coloque um link para ele no Pipoca no Edredom, na seção "LINKS".

Se você quiser, me mande um email quando criar sua conta que eu verifico se está tudo ok.

Um abraço,

Marcos
www.cinematotal.com

Anônimo disse...

Definitivamente não gosto de filme de terror.

Mas gostei deste, justamente por não ser um filme "Terror", e ter toda a história e o julgamento.

Beijão!

M.A.B.

tha disse...

Marcos, olha, como ultimamente não sei nem se consigo dar conta do Pipoca, prefiro não me comprometer com nenhum outro projeto no momento. Se o jogo virar, entro em contato com vc, ok? Mas o link do Cinema Total eu coloco sim, com prazer!

MAB, concordo! Exatamente pelo que vc escreveu, "O Exorcismo de Emily Rose" acertou em cheio, pois ele consegue atingir um publico maior. Acho isso um grande mérito, já que não é fácil prender tanto aqueles chegados em terror, quanto os que gostam de filmes mais "sérios" - essa não é a palavra certa, pois existem filmes sérios de terror e dizer o contrário seria um preconceito da minha parte (contra mim mesma!), mas não consegui pensar rapidamente em outra palavra melhor... rsrs

bjs!