25.4.08

A Morte Pede Carona (The Hitcher)

Um homem branco loiro (Rutger Hauer), com o rosto coberto de sangue, segura uma espingarda. Veste uma camisa cinza claro com uma jaqueta cinza por cima. Está parado em uma estrada rodeada com ambiente desértico.

1986
Suspense
Direção: Robert Harmon
Roteiro:
Eric Red






Um dos suspenses marcantes da década de 80. Uma atuação memorável de Rutger Hauer. A pedidos, vos apresento A Morte Pede Carona.

Jim Halsey (C. Thomas Howell) foi incumbido de levar o carro de outra pessoa de Chicago a San Diego. Durante a viagem, o rapaz acaba dando carona a um desconhecido na estrada, porém o tal John Ryder (Rutger Hauer) é um perigoso assassino que não descansará enquanto não tiver Jim morto.

Eu, particularmente, resumo esse filme em duas palavras: Rutger Hauer. Eu não assisti o remake, mas ouvi dizer que é péssimo. Sinceramente, sem o Rutger Hauer como John Ryder, o remake poderia ser, no máximo, legal.

Porque o roteiro é bem legal, uma coisa similar a Encurralado. A diferença é que em Encurralado o filme é feito de um modo que não dava para alguém aparecer como o motorista sem que fosse uma decepção, e aproveitam para criar um mistério em cima disso (Spielberg é Spielberg...). São filmes de perseguição na estrada e com doses muito bem balanceadas de ação e suspense. Mas A Morte Pede Carona não insere apenas a figura do assassino, insere também a mocinha, Nash (Jennifer Jason Leigh), que aparece na medida certa.
SPOILER: ela aparece o bastante para cativar sem que a gente odeie o filme quando ela morre no final, mas para que a gente odeie apenas o John Ryder.

A direção e o roteiro conduzem o filme de maneira tão acertada que sequer é preciso o uso de cenas explícitas dos assassinatos para nos amedrontar, basta a constante sugestão do horror que o assassino provoca, seus olhares e, claro, vislumbres dos resultados finais de seus "trabalhos". Também a trilha-sonora é conduzida eficientemente, de modo que nas cenas de maior tensão ela é quase imperceptível, mas mesmo assim colabora para deixar o espectador ainda mais angustiado.

Quanto a C. Thomas Howell, ele está realmente bem em seu papel. O personagem nos dá nos nervos de vez em quando, mas é justamente por ser bem interpretado. Porque ele é apenas um moleque. E moleques raramente são as pessoas mais espertas do mundo (não é feminismo, as meninas são iguais). Mas ele acaba amadurecendo e no fim isso fica mais do que visível e justificável. É um amadurecimento gradual e muito bem interpretado.

Só que no fim das contas, o que acaba contando mesmo é a atuação do Rutger Hauer. Acho que estou me tornando um pouco repetitiva... mas é sério! O cara destrói, ele é muito bom mesmo. Ele fez algumas cenas dirigindo o carro, sem usar dublê e deixou até os dublês impressionados. O C. Thomas Howell chegou a afirmar que na época das filmagens ele tinha medo do Rutger Hauer até nas horas em que não estavam gravando! Mas o principal na atuação do Rutger Hauer é o olhar, a postura impessoal, como se não desse a mínima para nada - isso deixa-o com um aspecto de intangibilidade. E quando ele sorri é ainda pior...

Ah, o caso é que ele é bom e ponto.


Jim Halsey: - Você vai ser pego.
John Ryder: - Claro. Tudo bem. E daí?

3 comentários:

Cecilia Barroso disse...

Concordo com você, eu assisti ao remake e o filme perdeu toda a essência sem Hauer. Afinal de contas, ele era o filme.
O original marcou a minha adolescência. Nunca mais pedi carona depois de assistí-lo e, muito menos, dei carona...

Dr Johnny Strangelove disse...

um grande filme, mas pelo menos no remake Sean Bean aguenta as pontas mas o conjunto é uma porcaria mesmo ...

e na moral ... a parte do posto de gagosa com o dedo foi fodaaaa

abraços e dé uma visita lá
estou sentindo a sua falta
abraços

tha disse...

Exato, Cecilia, o Hauer é o filme!!!!

JP, eu ando meio sem tempo de entrar nos blogs, e no seu caso, ainda é pior porque ele não abre no meu trabalho... Mas sempre q dá eu passo lá, é que normalmente eu leio vários posts duma vez e acabo não comentando... rsrsrs