13.3.05

O Grito (Ju-on / The Grudge)

Essa crítica eu já tinha publicado no meu outro blog, mas resolvi passar pra cá (onde faz mais sentido). Aproveitei pra dar uma arrumadinha em alguma coisinha... :)


Kayako aparece com sua pele azul e olhos arregalados, sob as cobertas onde uma moça tenta se esconder dela.
Cena de Ju-On: The Grudge.



O Grito (Ju-on)

2002-Japão-
Direção: Takashi Shimizu
Roteiro: Takashi Shimizu


Lançado internacionalmente como Ju-on: The Grudge (e esse é o nome que eu costumo usar para não confundi-lo com outros Ju-on que existem), o filme começa mostrando uma mulher e seu filho sendo vítimas de um assassinato cruelíssimo: o marido descobriu que ela estava apaixonada por outro homem e não só matou ela, como seu filho também (e aparentemente, o gato também!).

Após isso, caiu uma maldição sobre a casa onde eles morreram, que passou a ser assombrada pelos fantasmas dos três: mulher, filho, e gato! Quem tivesse contato com essa maldição também seria amaldiçoado e morreria. E aparentemente todos que morrem por causa da maldição também voltariam para atormentar quem ainda não tinha morrido.

A linguagem usada no filme é fantástica. O filme vai sendo contado como se fossem várias histórias, todas elas iniciando com uma tela preta apenas com um nome, então percebemos que esse nome é o do personagem 'principal' da próxima história. Depois de um tempo também percebemos que as histórias estão todas ligadas à essa mesma casa.

Na verdade não existe um personagem realmente principal no filme, a não ser a própria casa. A grande quantidade de personagens faz com que a importância de cada um seja reduzida em relação à importância do todo.

Porém, esse aparente excesso de personagens serve para mostrar a falta de padrão pela qual a maldição atua. Cada pessoa tem seu tempo e seu modo específico de morrer: uns são sugados por uma cama (e adeus à sensação segurança que ela sempre me proporcionou), enquanto outros morrem de susto. Mas ainda assim Kayako e Toshio (os fantasmas) estão sempre presentes em cada uma das mortes. O gato aparece bastante também.

Agora, uma coisa você pode ter certeza. Que esse filme dá medo, isso dá! Olha que tem uma amiga minha que depois de meses ainda acha que a Kayako vai vir buscá-la no meio da noite! Isso sem falar naquele barulho do demo que aquela mulher faz! Eu ainda não consigo assistir esse filme se tampar os ouvidos quando ela aparece.
Bom, eu só espero que você entenda o filme de primeira, o que é privilégio de poucos (ou de nenhuns?). Eu precisei assistir umas três vezes pra que ele fizesse algum sentido para mim. Não vou nem entrar na questão do final, porque isso ainda não sei se entendi...


Atualmente foi lançada uma refilmagem americana (pra variar):



O Grito (The Grudge)

2004
Direção: Takashi Shimizu
Produção: Sam Raimi


Esperava bem menos desse filme, ele me surpreendeu bastante. A minha-amiga-que-ainda-tem-medo-da-Kayako foi comigo e quase quebrou meus dedos no final do filme. Uma outra usou uma tática infalível: prestar atenção em outras coisas. Depois de uma cena aterrorizante, a dita cuja vira pra mim e diz "Você viu que tinha um bonsai ali???"!!!!!

O filme muda várias coisas do original, mas a história principal continua a mesma, porém com muito menos personagens, consequentemente com menos mortes! Afinal, no original TODO MUNDO morre!!!! Isso fez com que o povo todo achasse que o padrão de morte da maldição era morrer de susto e logo vieram as perguntas: "Por que a fulana não morreu igual aos outros???". Caramba, não tem padrão!!!!! Tudo bem, esse tipo de confusão não é culpa de quem assiste e sim de quem faz.

Além disso, existem mais cenas de 'susto', assim como a introdução de uma personagem inútil, que só faz perder a mandíbula, para dar MAIS UM tom 'aterrorizante'... (Esse negócio da mandíbula é ridículo d+!!!!)

E indo contra a linha de O Chamado, a refilmagem tb se passa no Japão, proporcionando fantasminhas assustadores com seus olhinhos orientais! (Até que enfim os americanos perceberam que olho puxadinho dá um medo do cão!)

Mas apesar de os atores que fazem a Kayako e o Toshio serem os mesmos, como o filme não se preocupa tanto com o terror psicológico e sim com os sustinhos mesmo, depois que você sai do cinema nem lembra mais quem eram eles... (Ao contrário do original. Preciso repetir a história da minha amiga???? Outro dia ela estava com o colchão na sala porque estava achando que a Kayako ia aparecer no quarto dela!!!)


Gostaria de pedir desculpas pelas referências feitas à amiga-da-Kayako. Precisava usar histórias reais para provar alguns pontos de vista... Mas note que o nome da pessoa em questão não foi mencionado, mantendo, assim, sua integridade moral perante à população mundial. (Afinal, loguinho eu já tô famosa, escrevendo bem assim!)

Um comentário:

Anônimo disse...

aham, eu sou a "amiga-da-kayako" e já que minha identidade está segura pelo anonimato...posso atestar que é tudo verdade...
:)