24.2.07

Assombração (Gwai Wik)


2006
Terror / Fantasia
Direção: Oxid Pang Chun e Danny Pang
Roteiro: Cub Chin e Sam Lung


Em um ambiente espaçoso, escuro e cheio de objetos velhos e quebrados, desde brinquedos, mobiliários e peças de decoração, um trem enferrujado passa com duas pessoas sentadas sobre ele, uma moça (vestida de preto) e uma menininha (de vermelho), ambas de pele clara e cabelo preto liso.
Eu tinha ouvido falar que esse filme não era muito bom, mas que tinha um visual bonito. É verdade, a fotografia do filme, o uso das cores e o cenário são lindos; mas não conseguem amenizar a chatice que é o filme quando este visual está presente. Aparentemente, os roteiristas, juntamente com os Pang Brothers, tiveram a intenção de misturar terror com fantasia. O problema é que eles dividiram o filme em um terço de terror e dois terços de fantasia.

Ting-Yin (Angelica Lee) é uma famosa escritora que teve seu último livro transformado em filme. Seu próximo livro é voltado para o sobrenatural, e conforme o escreve, visões estranhas começam a atormentá-la. Com o tempo, Ting-Yin perceberá que criou uma ponte entre o que escreve e a realidade.

Assombração começa muito bem, assombrosamente bem. Com poucos minutos de filme, Ting-Yin já começa a ter as visões. E as visões são ótimas! Apesar de ser o mote de sempre (mulher com o cabelo no rosto, longos e grossos fios de cabelos negros encontrados pela casa, sons guturais ao telefone), as cenas foram bem feitas e assustadoras.

E havia também uma insinuação de um provável romancezinho que parecia que seria uma história interessante, se bem conectada com a parte das visões. E não se enganem, poderia ter sido ótimo.

De qualquer forma, o filme exagerou tanto, que eu cheguei a me perguntar se com tanto terror logo no começo, sobraria alguma coisa para o resto do filme. Bem, em pouco tempo me arrependi de ter feito essa pergunta, porque ela foi respondida. E a resposta não me foi satisfatória.

Depois de uma série de acontecimentos estranhos, Ting-Yin entra no Mundo dos Abandonados. Não há problema nisso. O problema é que ela permaneceu o resto do filme lá dentro! E ela precisava que um velhinho e uma criancinha ficassem explicando o tempo todo o que estava acontecendo. Como que um asno daqueles era autor de best-seller, é que eu não sei. Se bem que... ah, deixa pra lá...

Puxa, os roteiristas poderiam ter feito a coisa de tantas maneiras diferentes. Poderiam ter jogado esse mundo de fantasia aos poucos, em sonhos de Ting-Yin; poderiam ter feito a menininha tentar se comunicar com ela do mesmo modo como ela vinha tendo as visões antes; poderiam ter feito ela descobrir as coisas sozinha (o que era totalmente possível, se ela não fosse uma porta).

Mas não, eles preferiram criar uma mistura de Mágico de Oz com Alice no País das Maravilhas com um toque tétrico. E assim o filme segue até um final de romance água com açúcar (sabe, quando a mocinha e o mocinho estão separados, chorando cada um no seu canto e começa a tocar uma musiquinha bem meiga e a passar os “melhores momentos” que os dois tiveram juntos?), só que no lugar do mocinho, temos a menininha. Foi triste, eu quase chorei, mas não de emoção, e sim de dó por um filme, que prometia tanto, chegar no fundo do poço tão completamente.

Só que o filme ainda não acabou. Cinco segundos depois ele me deu o final mais broxante que eu já vi. Pronto. Agora acabou.

4 comentários:

Anônimo disse...

Thalita, gostei do blog, muito mesmo.

E as listas de favoritos estão recheadas de clássicos, cool.

até!

tha disse...

Anos depois...

Muito obrigada!!! De vez em quando eu sumo, mas não desista de aparecer por aqui! rsrsrs

Anônimo disse...

Excelente análise deste filme "assombroso". Você escreveu com perfeição tudo o que senti ao vê-lo.

Um abraço. Parabéns!

Ps.: Já add seu blog nos meus favoritos.

Diego.

Anônimo disse...

Discordo em vários aspectos
Assista o filme novamente, mas sem aguardar por algo, apenas veja-o. Os irmãos Pangs fizeram um filme baseado na lei do "karma" (não, eu não acredito, mas tentar ver outros pontos de vistas, não machuca).
Outro ponto que você pecou em dizer que ficaria melhor se ela fosse descobrindo as coisas por si mesma, mas como é possivel notar, os produtores fizeram um "conto fantástico"...
Essas pelos menos são minhas sinceras opiniões

Até mais!


Ps. Gostei do seu blog