9.5.10

I am Legend (Eu Sou a Lenda)


2007
Suspense, Ação
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Mark Protosevich
e Akiva Goldsman




Esse filme me foi recomendado por diversas pessoas que não gostam de filmes de terror, nem de monstros. E ele me parecia que seria basicamente isso, de modo que a curiosidade aguçou.

O ano é 2012 e um vírus, originado pela tentativa de se conseguir a cura para o câncer três anos antes, havia transformado pessoas em desfigurados e desumanizados seres sedentos por sangue e com grande sensibilidade a qualquer tipo de luz. O único sobrevivente de New York, e talvez do mundo, é Robert Neville (Will Smith), um cientista imune ao vírus que se sente culpado por não ter conseguido conter a devastação do mundo. Acompanhado de sua fiel cachorra Samantha, ele se esforça por se manter vivo, não enlouquecer, encontrar outros sobreviventes. E tenta a todo custo descobrir uma cura para o vírus e conseguir reverter a situação.

Ao assistir Eu sou a Lenda, tive a impressão de que ele tinha alguma pretensão de ser uma versão de suspense de O Náufrago. Samantha faz as vezes de Bola Wilson - e é extremamente carismática e cativante. Mas Will Smith não é exatamente um Tom Hanks e, além disso, a ilha do náufrago não estava infestada de ‘zumbis’ noite afora. O desenrolar de Eu sou a Lenda é cheio de momentos dramáticos – que de fato me fizeram chorar bastante, mas fica a sensação de que tudo não passou de um pouco de forçação de barra para conseguir colocar mais profundidade a um simples ‘filme de zumbis’*. Porém, no fim das contas, Eu sou a Lenda acabou conseguindo realmente ser um ‘filme de zumbis’ diferenciado e muito bom.

Nesse ponto já deve haver várias pessoas gritando com a tela do computador: não são zumbis!!! Porém, eu peço desculpas a essas pessoas, pois continuarei me referindo ao filme dessa forma. Mesmo que tecnicamente os monstrinhos não sejam zumbis, pois não são mortos-vivos, mas são praticamente isso.

Voltando. Como eu disse, Will Smith não é exatamente o melhor ator de sua geração, mas ele consegue carregar o filme praticamente inteiro completamente sozinho, e consegue fazer isso com bastante competência. Já está se comprovando que ele é um ótimo ator e não apenas um ótimo comediante. Uma surpresa é a presença de uma brasileira, Alice Braga, filha da Sônia Braga. O papel não é grande, mas, tendo em vista a pouca quantidade de personagens ao longo do filme, digamos que ela é a terceira personagem com maior destaque na trama (claro, a Samantha é a segunda). E Alice Braga não faz feio e já mostrou um belo dum potencial (só desconte um tiquinho de puxa-saquice minha por ela ser brasileira).

Apesar disso, mais ou menos a partir do ponto em que a nossa brasileira aparece é que o filme começa a não me entusiasmar tanto quanto antes, culminando em um final que não me pareceu tão apoteótico quanto tenta ser. O ato heróico se mostrou mais como um pretexto para dar mais ênfase ao nome do filme, do que um final daquele tipo: ‘nossa, esse era realmente o melhor final para esse filme’.

Por esse motivo, e também por outros citados no início do meu texto, acredito que, apesar de Eu sou a Lenda ter conseguido se destacar dentre os ‘filmes de zumbis’, ele não me pareceu mostrar uma abordagem tão profunda quanto a de, por exemplo, Extermínio – o qual preciso rever, por sinal. Eu sou a Lenda é um filme realmente muito bom, do qual eu gostei muito. Mas é um pouco pretensioso.


* Deve-se destacar que o que eu estou chamando de zumbis são, de acordo com o romance homônimo no qual o filme foi baseado, vampiros. Não li o livro, mas no filme eles pouco se assemelham ao que classicamente se entende por vampiros.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa Tha,

Que bom voce escrevendo novamente!
Vou todas as outras críticas.
Beijão

M.A.B.

tha disse...

Oi, MAB,

Só não digo "que bom ver VC por aqui tb", pq ainda não consegui identificar vc atrás dessas iniciais (se é que isso é possível!). hehehehe

Mas fico feliz em saber que ainda tem gente que lembra desse blog!

bjs!

Anônimo disse...

Alice Braga não é filha da Sônia Braga, é sobrinha.

tha disse...

Opa, bobiei. Valeu, anônimo!

M.A.B., minha ficha caiu! hehehe