5.5.07

Perfume – A História de um Assassino (Perfume – The History of a Murderer)

Uma moça ruiva de longos cabelos ondulados está de frente, com um semblante sério, à direita na imagem. Um rapaz com a pele pouco menos branca e cabelo castanho curto está atrás dela (à esquerda na imagem), muito próximo, com a cabeça inclinada em direção ao pescoço dela e olhando fixamente para ela. A cena enquadra apenas dos ombros para cima e o fundo é bem escuro.

2006
Suspense
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Andrew Birkin e
Bernd Eichinger



Ótima adaptação do livro “O Perfume” do alemão Patrick Süskind, Perfume é um filme envolvente que aos poucos atinge um surrealismo inesperado. Não é um filme surpreendente e inovador tecnicamente, mas sua história já traz estranhamento o suficiente para compensar esse fato.

Jean-Baptiste Grenouille (Bem Whishaw) nasceu com um olfato incrivelmente desenvolvido. O rapaz é obcecado pelo cheiro das coisas, porém tem a estranha particularidade de não ter um cheiro próprio. Depois de começar a trabalhar para o perfumista decadente Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), começa a desenvolver perfumes cada vez mais incríveis e parte numa obscura procura pelo perfume perfeito.

A história se passa no século XVIII, na França, o que lhe confere um cenário e uma atmosfera envolventes e, com um tratamento impecável, o tom sombrio adequado para o desenvolvimento da história. E os atores... Bem, só de saber que nele estrelam Dustin Hoffman e Alan Rickman já é o suficiente, e também vale dizer que Bem Whichaw está espetacular no papel do protagonista.

O filme em geral foi realmente muito bem aceito. Todos os depoimentos contrários ao filme têm basicamente o mesmo motivo: o final. E é fácil perceber o porquê de o final do filme ter desagradado tanto; o problema foi o absurdo ao que os fatos chegaram. Não que no livro o final não seja absurdo também, acontece que, apesar de eu tê-lo lido há muito tempo, me recordo que ele tinha um tom “bizarro” que o acompanhou do início ao fim. Quando li o livro, eu esperava que o final fosse absurdo, e esse final fazia tanto sentido na história que eu não fiquei nada chocada ao lê-lo.

E é essa a maior diferença entre livro e filme. O filme é tão sutil em mostrar as “bizarrices” da história que para muitos o desfecho parece deslocado, absurdo demais, incoerente, ou até mesmo ridículo.

Porém, tendo em mente que o filme conta uma história completamente surreal, acredito que seja uma grande injustiça alguém reduzi-lo ao ridículo apenas porque não foi capaz de captar as sutilezas que se pronunciam no desenrolar dos fatos.

Perfume é um filme que tem classe, bom diretor, ótimos atores, uma ótima história, um roteiro quase tão ótimo e cenário perfeito. Não é sem motivo que eu o considero um bom filme.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei bastante deste filme, e inclusive do final surreal. Recomendo assistí-lo em francês, pois ajuda a criar "um cenário e uma atmosfera envolventes"
A crítica é bem pertinente, parabéns!

bjos

Anônimo disse...

gostei muito do filme. e com final maravilhoso.....

Anônimo disse...

bom comeco