
Terror
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Alexandre Aja e Grégory Lavasseur
Marie (Cécile de France) e Alex (Maïwenn
Fazia muito tempo (talvez desde O Massacre da Serra Elétrica e Ju-On: The Grudge) que eu não via um filme que tenha me deixado TÃO tensa durante o filme INTEIRINHO. O nome desse filme lhe caiu como uma luva mesmo.
Alexandre Aja foi como todos os diretores de filmes de terror deveriam ser: sem medo de ser feliz. Ele é sem dúvida nenhuma uma das grandes revelações do cinema de horror. Dirigiu também Viagem Maldita, mas, talvez por ser um remake, este é apenas um filme bom, nada perto de Alta Tensão. Espero ansiosa que Alexandre Aja não seja o diretor de um filme só...
Cécile de France simplesmente destrói! Lembra da Sally (Marilyn Burns), a loirinha do Massacre? Pois é, a Marie não tem nada a ver com ela! Gritos de pânico, desespero e fuga a todo o vapor são coisas que não fazem parte do vocabulário dela. Isso ela deixaria para a pobre Alex, se esta tivesse a chance - tenho CERTEZA que ela faria tudo isso, pois a Maïwenn é f*** também. E “Le Tueur” (“O Matador”) dá um show à parte, não precisa de máscara, só com a sua barriga nojenta e suas unhas encardidas ele já é horrível o bastante (visualizou um bugre, né? pois não deve ser tão blerg quanto este).
Finalmente um filme de terror que de fato serve para aterrorizar. Era tudo o que eu queria e foi o que eu consegui. E nem a enorme expectativa que o rodeada serviu para amenizar o impacto.
Dicas para gostar ainda mais do filme*:
- Em certa passagem do filme toca uma música do Muse (New Born). Descubra a letra da música e relacione com a cena correspondente.
- Existe uma cena dentro de um banheiro público, preste atenção na inscrição que aparecerá no banheiro e depois pesquise a respeito dela.
Bom, a maneira mais sadia (leia-se “de modo a não enlouquecer de tanto pensar”) de interpretar isso é supondo que a maior parte do filme é proveniente da imaginação grotesca da Marie. Só o que temos certeza que aconteceu foi: Marie matou pai, mãe e irmãozinho da Alex (e o cachorro, e os periquitos...), depois o pobre do rapaz do posto de gasolina e, por fim, o fulaninho que tava só passando por ali de carro (uma das mortes mais legais do filme – finalmente alguém teve coragem de usar uma moto-serra como ela merece!); de resto, tudo pode ser simplesmente invenção da louquinha.
Puxa, essas mortes... Caraca, muito boas! Talvez a do pai seja um pouco demais para uma menina daquelas ter conseguido de fato realizar, mas vale por ela ter imaginado que seria assim (e nós termos visto, claro). Outra que é imaginária, mas é uma das minhas preferidas, é a do pau-farpado. Nossa, haja paulada com arame-farpado na cara do grotesco, meu! E depois ela puxando o plástico todo grudado nos buracos da cara dele! Ah, eu sou fã dessa Marie!!!!
Bom, voltando às suposições. Será que Marie e Alex eram realmente amigas de faculdade? Será que elas sequer se conheciam? Eu começo a acreditar que não. E aí está a beleza do filme (fora o fato de ele ser ENERVANTE!), não dá pra saber e cada um acredita no que quer. Se você quiser acreditar que isso é tudo balela e o filme é uma bosta, pode também! Vale tudo.
Há quem acha até que a Marie se auto-mutilou para tentar provar que sua história era verdade (senão, como explicar a existência dos ferimentos que ela ganhou no acidente de carro se não é possível ter havido nenhum?). Eu particularmente não sou muito fã dessa interpretação, acho até que prefiro uma versão onde a Marie volta a pé pro posto, cata o carro do mortinho e capota sozinha. E por que ela faria isso? Porque ela é uma doida que hora acha que é uma menina que enfrenta um assassino, hora acha que é um barrigudo nojento.
Eu sei lá porque ela faria isso, caramba!
Diz aí o que VOCÊ achou, e depois conversamos...