5.8.07

Noite do Terror (Black Christmas)

Uma jovem branca, de cabelo liso, longo e preto, segura ao ouvido o fone de um telefone verde oliva com fio. Sua expressão é de preocupação.


1974
Susense/Terror
Direção: Bob Clark
Roteiro: Roy Moore





Junte Black Christmas e O Massacre da Serra Elétrica e você terá toda essa bananada de slashers que tomaram conta dos anos 80. Billy e Leatherface, juntos, são os precursores de Michael Meyers, Jason Vorhees e Freddy Krueger. E são muito melhores que estes.

Durante o Natal, um grupo de garotas que vive em uma espécie de pensão começa a ser molestado por estranhos telefonemas. Logo, uma a uma, as meninas serão vítimas de um louco assassino.

Filme ótimo, surpreendentemente bom. Talvez o único pecado de Black Christmas seja o fato de ficar um pouco em cima do muro. Não sei se é suspense ou se é terror. Isso pode ser uma coisa boa, mas nesse caso pode ter prejudicado um pouco. Quem não gosta de terror não se sentirá impelido a assisti-lo, e quem busca pelo terror incessante ficará desapontado com sua moderação em usá-lo. Já o público que se encanta com ambos encontra nesse filme um prato cheio!

Bob Clark nunca foi um diretor que tenha despontado completamente em sua carreira. E Black Christmas fez sucesso em sua época, mas o tempo e os novos slashers o fizeram perder o brilho. Ele acabou se perdendo principalmente atrás do seu “filho” Halloween, e digo filho porque Halloween foi feito a partir de um roteiro criado para ser a continuação de Black Christmas. O mesmo aconteceu com Mensageiro da Morte, e ambos acabaram sendo lançados como filmes independentes.

Foram dois os títulos que renderam a fama de Clark: a clássica comédia Poky’s e seu maior sucesso Uma História de Natal. A partir daí nota-se que este não era um homem de uma faceta só. A única semelhança que esses filmes possuem (incluindo Black Christmas) é o fato de todos serem precursores dentro de seus gêneros. E esse mérito Bob Clark terá pela eternidade.

Fora a originalidade (e só por isso esse filme já merece respeito), Black Christmas possui o clima sombrio na medida certa, com tomadas muito bem feitas e consegue se manter intrigante durante todo o tempo, sem precisar apelar para a beleza das atrizes. E olha que temos Margot Kidder – a Louis Lane dos filmes do Superman – no elenco! (soma-se a isso o fato de que Clark também dirigiu Porky’s e aí sim, essa informação se torna realmente notável)

Além disso, o serial-killer Billy é de fato assustador, algo importantíssimo num filme desse tipo. Nós nunca o vemos diretamente, mas sua silhueta e sua voz já são o suficiente para gelar a espinha.

Com tantas qualidades, é claro que Black Christmas não conseguiu ficar fora da onda de remakes (e falta de criatividade) que assola Hollywood. E corre o boato que novamente a refilmagem não conseguiu atingir nem metade do que o original conseguiu. Assim, fico até com medo de assistir o novo! Para quem, assim como eu, não quiser assistir o remake, pegue o original e não se arrependerá. Ah, que diabos, isso vale para quem assistiu o remake também!

4 comentários:

Dr Johnny Strangelove disse...

A Paris Filmes relançou o filme original ... eu vou tentar dar uma conferida ...
abraços ...

tha disse...

E depois me conta o que achou!

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado

tha disse...

Por nada!

Fico feliz por ter ajudado!