10.2.07

Freddy ou Jason?

Jason Vorhees











Freddy Kreuger


A Nightmare on Elm Street (A Hora do Pesadelo)

1984
Terror
Direção: Wes Craven
Roteiro: Wes Craven


Friday the 13th (Sexta-Feira 13)

1980
Terror

Direção: Sean S. Cunningham
Roteiro: Victor Miller


Friday the 13th Part 2 (Sexta-Feira 13 - Parte 2)

1981
Terror
Direção: Steve Miner

Roteiro: Ron Kurz


Depois de muito protelar, finalmente resolvi formalizar a minha opinião a respeito desses dois serial-killers dos anos 80. (Putz! Metade da crítica é ficha técnica... É o que dá querer falar de 3 filmes ao mesmo tempo!)

Sinopses aqui, creio que são irrelevantes. Basta saber que o primeiro filme trata de um cara que (literalmente) mata adolescentes em seus pesadelos; o segundo filme conta a história de uma mãe que, revoltada com o afogamento do filho em um acampamento, começa a matar os adolescentes que lá encontra; e no terceiro filme o tal “filho da mãe” aparece para se vingar também.

Como disse, o que pretendo expor aqui é, principalmente, porque eu acredito que o Jason Vorhees (que sequer é interpretado pelo mesmo ator nas seqüências), num embate entre ele e o Freddy Krueger (Robert Englund), é o detentor do cargo do serial-killer mais trash (no sentido ruim da palavra – sim, há um sentido bom...).

O Freddy Krueger, apesar de fazer parte do filme mais fraquinho do trio Sexta-Feira 13 - Halooween - A Hora do Pesadelo, é o serial-killer mais legal. Ele é tosqueira e sabe disso! Porque pior do que ser tosco, é ser um tosco metido a sério.

Além disso, apesar de tudo, a idéia do filme é muito boa. Essa história de monstro que te ataca em sonhos que podem te matar na realidade, criancinhas pulando corda e cantando "um, dois, ele vem te pegar"; sem contar o esforço pra permanecer acordado e, conseqüentemente, vivo; bem, isso assusta!

Agora, devido ao enorme sucesso e às continuações, o Freddy foi se tornando um personagem muito mais cômico do que propriamente um monstro assustador, mas isso não é motivo algum para desmerecê-lo. Todos os filmes foram muito mais criativos nas mortes do que os do Jason, que só matava arrancando tripas: “morte em história em quadrinhos (na parte 5), morrer como um marionete (parte 3), morrer virado barata (na parte 4, coisa de Kafka!)”.*

É claro que se poderia aproveitar a temática dos sonhos para a inserção de cenas mais surreais, de forma a trazer mais medo através da confusão e do estranhamento. Mas como eu já disse, A Hora do Pesadelo não é de fato lá grandes coisas. Ele é, sim, mais divertido.

Já no caso do Jason, o único Sexta-Feira 13 que presta é o primeiro. Apesar de o assassino ser a mãe do Jason o tempo todo (e os crimes serem muito brutais para serem cometidos por uma mulher), é o que menos força a barra... Acho que uma mulher, movida pelo ódio de perder seu filho, ficar louca e matar adolescentes tarados com uma força anormal até passa.

Quanto ao Jason propriamente dito, comecemos pelo fato de que ele fica 'imortal' somente a partir do 3º filme. No segundo filme Jason é um menino com sérios problemas mentais que cresce sozinho na floresta. Imagino que é por causa desses problemas mentais que ele via a mãe no acampamento e não ia lá dizer que estava vivo(!!!!!). Mas, apesar de sequer ter capacidade de acenar ou dizer “mamãe, tô vivo!”, ele teve plena capacidade de sobreviver na floresta e arranjar roupas para ele! (porque ele está vestido desde o começo do filme e na verdade nem sei como ele aprendeu a se vestir tão bem...) Aí, no final do filme ele morre**, certo? De repente, sabe-se lá por que, no terceiro filme ele reaparece vivinho da silva. E a partir daí ele se torna um personagem imortal e sobrenatural. Isso pra mim foi apenas um jeito que fizeram para que Sexta-Feira 13 pudesse ter tantas sequências quanto quisessem.

Assim, o que me incomoda não é o fato de o Jason ser imortal, o problema é que a proposta do filme não é essa desde o começo. Afinal, se ele morreu afogado quando criança, por que ele volta dos mortos adulto?? Imortal cresce?? E, se cresce, ele não deveria continuar “crescendo” até virar uma espécie de múmia?? (Se bem que ele é uma múmia... – desculpem, não agüentei.)

Nunca me incomodei com filmes que tratam do sobrenatural, aliás, gosto muito desse assunto. Mas Sexta-Feira 13 originalmente não tratava disso e sim de uma mãe que enlouqueceu por perder seu filho e resolveu se vingar de tudo quanto é adolescente monitor de acampamento. Mais uma vez: O Jason surgiu apenas porque abria a possibilidade de sequências. E, no caso do Sexta-Feira 13, as sequências só vieram pra render mais dinheiro. É lógico que o Jason acabou virando uma referência quando se fala em Sexta Feira 13, afinal existem 724782993983 sequências com ele! Mas ele é apenas uma alegoria criada a partir do segundo filme, porque ele era mais interessante pra se levar por muitos filmes do que uma senhora assassina.

Ah, mas eu sequer mencionei ainda que, além de o Jason ter aparecido só no segundo filme e ter se tornado imortal só a partir do terceiro, a máscara que imortalizou a sua imagem também aparece pela primeira vez somente no terceiro filme. Ele é um personagem tão fraco porque foi construído aos pouquinhos!


* Trecho retirado de um post anônimo no orkut.

** Desculpe, mas eu me recuso a colocar “spoiler” nesse caso. Eu DUVIDO que exista uma pessoa que assista aquele filme, mesmo que pela primeira vez, e não saiba desde o começo que o Jason morre no final.

Um comentário:

Bárbara Gatto disse...

"Todos os filmes foram muito mais criativos nas mortes do que os do Jason, que só matava arrancando tripas"
huahsuausahu ri muito, tá muito legal parabéns