Ficção Científica, Suspense
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan

Olá, meu nome é Thalita. "Olá, Thalita". Eu tenho um problema. Eu sou fã do diretor M. Night Shyamalan. Eu sempre o defendi quando a crítica especializada acabava com seus filmes. Até agora.
Estranhos acontecimentos assolam os centros urbanos, onde cada vez mais pessoas começam a tirar as próprias vidas sem motivo aparente. O professor Elliot Moore (Mark Wahlberg), sua esposa Alma (Zooey Deschanel) e a pequena Jess (Ashlyn Sanchez), filha de seu amigo Julian (John Leguizamo) precisam fugir e fazer o possível para sobreviver a essa calamidade.
É tão difícil fazer isso - mas deve ser feito. Lá vai: com Fim dos Tempos, seu penúltimo filme, M. Night Shyamalan decepciona até mesmo seus maiores fãs. Muito aquém de qualquer expectativa, o argumento não convence e as atuações só fazem piorar a situação da obra.
O grande problema de Fim dos Tempos é, definitivamente, a atuação precária de Mark Wahlberg, Zooey Deschanel e, até mesmo, Ashlyn Sanchez. Se Shyamalan havia conseguido retirar um grande ator de dentro de Bruce Willys, dessa vez ele não conseguiu tirar nem mesmo o suficiente para chamarmos de atuação regular. Wahlberg não demonstra firmeza em seu papel, Zooey não consegue provocar nenhum sentimento no espectador por sua tristeza e culpa, e Ashlyn é bonitinha, mas não consegue conquistar a gente a ponto de querermos pegá-la no colo e privá-la de qualquer sofrimento. E olha que Shyamalan sempre teve o dom de fazer qualquer um se apaixonar pelas criancinhas de seus filmes. Assim, com um trio desses, a empatia - que geralmente amarra a platéia à película - é praticamente inexistente.
Se o grande problema dentro do filme foram as atuaçãoes, fora dele foi a própria presença de Shyamalan. Em uma entrevista dada pouco antes do lançamento do filme, o diretor fez a afirmação que se segue: "A primeira coisa que quero dizer às pessoas é o seguinte: 'Este é de fato um filme B divertido."' Acontece que Fim dos Tempos não nos remete a um filme B, pois ele é muito bem acabado para isso. Se fosse um filme B realmente, seria até mesmo injusto exigir muito apuro da trama ou das atuações. Porém, com a qualidade visual que vemos em Fim dos Tempos, ele acaba se tornando apenas um filme com falhas. E nem é tão divertido.
Quanto ao argumento: as plantas emitem um veneno, trazido pelo vento, que faz com que as pessoas percam completamente seu sentido de auto-preservação e se suicidem. Bem, é estranho, pois tinha tudo pra dar certo, mas não convence. Ao final do filme, minha família inteira estava tirando um sarrinho a esse respeito e eu, que instintivamente tendo a defender os filmes do Shyamalan, dessa vez fiquei de mãos atadas. Eu não estava convencida também. Sem contar que, estranhamente, neste filme Shyamalan faz questão de ser didático ao extremo, deixando tudo tão explicadinho que quase chega a ofender a nossa inteligência.
Mas entenda, não é que o filme seja completamente ruim. Entretanto, é de longe o pior trabalho de Shyamalan. E não dá para simplesmente apreciar um filme deste diretor isoladamente, como se fosse a obra de um Zé Ninguém. A partir do momento em que você ouve o nome dele, todo um repertório controverso lhe vem à mente e mesmo os mais incrédulos dos mortais não consegueria ficar indiferente. Afinal, tudo pode acontecer, você pode estar prestes a assistir um filme que entrará para a história do cinema, como foi O Sexto Sentido, como pode estar diante de um fracasso retumbante (por mais que você acabe gostando do filme), como A Dama na Água. E, como eu já tinha gostado de todos os 5 filmes que havia assistido, é natural que a minha expectativa estivesse nas alturas.
No entanto, por mais decepcionado que esteja o espectador, é inegável que as situações geradas pelo roteiro são incrívelmente tensas e assustadoras. Mesmo você achando que é uma balela, mesmo você nem ligando muito para o tal Elliot, você se segura na poltrona sempre que a câmera dá o sinal da menor brisa que seja. Shyamalan sabe usar sua câmera e sabe criar esses momentos de suspense, de aflição. E, veja só, eu assisti Fim dos Tempos num sítio e, as mesmas pessoas que estavam fazendo pouco caso do filme, adimitiram que atravessar o caminho em meio às árvores até chegar nos quartos não seria tarefa fácil.
No frigir dos ovos, o saldo se empata. Fim dos Tempos é um filme até mesmo interessante, mas que decepciona pelo que carrega em seu background.
Estranhos acontecimentos assolam os centros urbanos, onde cada vez mais pessoas começam a tirar as próprias vidas sem motivo aparente. O professor Elliot Moore (Mark Wahlberg), sua esposa Alma (Zooey Deschanel) e a pequena Jess (Ashlyn Sanchez), filha de seu amigo Julian (John Leguizamo) precisam fugir e fazer o possível para sobreviver a essa calamidade.
É tão difícil fazer isso - mas deve ser feito. Lá vai: com Fim dos Tempos, seu penúltimo filme, M. Night Shyamalan decepciona até mesmo seus maiores fãs. Muito aquém de qualquer expectativa, o argumento não convence e as atuações só fazem piorar a situação da obra.
O grande problema de Fim dos Tempos é, definitivamente, a atuação precária de Mark Wahlberg, Zooey Deschanel e, até mesmo, Ashlyn Sanchez. Se Shyamalan havia conseguido retirar um grande ator de dentro de Bruce Willys, dessa vez ele não conseguiu tirar nem mesmo o suficiente para chamarmos de atuação regular. Wahlberg não demonstra firmeza em seu papel, Zooey não consegue provocar nenhum sentimento no espectador por sua tristeza e culpa, e Ashlyn é bonitinha, mas não consegue conquistar a gente a ponto de querermos pegá-la no colo e privá-la de qualquer sofrimento. E olha que Shyamalan sempre teve o dom de fazer qualquer um se apaixonar pelas criancinhas de seus filmes. Assim, com um trio desses, a empatia - que geralmente amarra a platéia à película - é praticamente inexistente.
Se o grande problema dentro do filme foram as atuaçãoes, fora dele foi a própria presença de Shyamalan. Em uma entrevista dada pouco antes do lançamento do filme, o diretor fez a afirmação que se segue: "A primeira coisa que quero dizer às pessoas é o seguinte: 'Este é de fato um filme B divertido."' Acontece que Fim dos Tempos não nos remete a um filme B, pois ele é muito bem acabado para isso. Se fosse um filme B realmente, seria até mesmo injusto exigir muito apuro da trama ou das atuações. Porém, com a qualidade visual que vemos em Fim dos Tempos, ele acaba se tornando apenas um filme com falhas. E nem é tão divertido.
Quanto ao argumento: as plantas emitem um veneno, trazido pelo vento, que faz com que as pessoas percam completamente seu sentido de auto-preservação e se suicidem. Bem, é estranho, pois tinha tudo pra dar certo, mas não convence. Ao final do filme, minha família inteira estava tirando um sarrinho a esse respeito e eu, que instintivamente tendo a defender os filmes do Shyamalan, dessa vez fiquei de mãos atadas. Eu não estava convencida também. Sem contar que, estranhamente, neste filme Shyamalan faz questão de ser didático ao extremo, deixando tudo tão explicadinho que quase chega a ofender a nossa inteligência.
Mas entenda, não é que o filme seja completamente ruim. Entretanto, é de longe o pior trabalho de Shyamalan. E não dá para simplesmente apreciar um filme deste diretor isoladamente, como se fosse a obra de um Zé Ninguém. A partir do momento em que você ouve o nome dele, todo um repertório controverso lhe vem à mente e mesmo os mais incrédulos dos mortais não consegueria ficar indiferente. Afinal, tudo pode acontecer, você pode estar prestes a assistir um filme que entrará para a história do cinema, como foi O Sexto Sentido, como pode estar diante de um fracasso retumbante (por mais que você acabe gostando do filme), como A Dama na Água. E, como eu já tinha gostado de todos os 5 filmes que havia assistido, é natural que a minha expectativa estivesse nas alturas.
No entanto, por mais decepcionado que esteja o espectador, é inegável que as situações geradas pelo roteiro são incrívelmente tensas e assustadoras. Mesmo você achando que é uma balela, mesmo você nem ligando muito para o tal Elliot, você se segura na poltrona sempre que a câmera dá o sinal da menor brisa que seja. Shyamalan sabe usar sua câmera e sabe criar esses momentos de suspense, de aflição. E, veja só, eu assisti Fim dos Tempos num sítio e, as mesmas pessoas que estavam fazendo pouco caso do filme, adimitiram que atravessar o caminho em meio às árvores até chegar nos quartos não seria tarefa fácil.
No frigir dos ovos, o saldo se empata. Fim dos Tempos é um filme até mesmo interessante, mas que decepciona pelo que carrega em seu background.